Malásia diz que protegerá seus direitos no Mar da China Meridional

KUALA LUMPUR (Reuters) – A Malásia disse neste sábado que está determinada a proteger seus direitos e interesses soberanos no Mar do Sul da China depois que a China expressou preocupação com os projetos de energia da Malásia em uma parte do mar que a China também reivindica.

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, disse na terça-feira que a China está preocupada com as atividades da empresa estatal de energia Petronas em uma parte do Mar da China Meridional que a Malásia diz ser seu território.

Anwar disse estar aberto a negociações com a China e recebeu críticas da oposição, que disse que Anwar estava arriscando a soberania da Malásia.

O Ministério das Relações Exteriores disse em um comunicado no sábado que o comentário de Anwar significa que a Malásia deseja que todas as questões relacionadas ao Mar da China Meridional sejam resolvidas pacificamente e sem afetar a posição da Malásia.

“O governo da Malásia assumiu um compromisso inequívoco e firme de proteger a soberania, os direitos soberanos e os interesses da Malásia em suas áreas marinhas no Mar da China Meridional”, disse o ministério.

A China reivindica soberania sobre quase todo o Mar da China Meridional, que canaliza cerca de US$ 3 trilhões em comércio marítimo anualmente. Malásia, Brunei, Filipinas, Taiwan e Vietnã têm algumas reivindicações sobrepostas.

A Petronas opera campos de petróleo e gás na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) da Malásia e teve vários encontros com embarcações chinesas nos últimos anos.

A China faz sua reivindicação com uma referência a uma “linha de nove traços” em seus mapas que serpenteia até 1.500 km ao sul de seu continente e corta as ZEEs do Vietnã, Filipinas, Malásia, Brunei e Indonésia.

No entanto, o Tribunal Permanente de Arbitragem decidiu em 2016 que a linha de nove traços não tem base legal.

Anwar disse que a Petronas retomará as operações no Mar da China Meridional esta semana.

(Reportagem de A. Ananthalakshmi; Edição de Robert Birsel)