Lira do Brasil diz que as alegações de corrupção de vacina não são motivo para impeachment de Bolsonaro

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – Arthur Lira, presidente da Câmara dos Comuns do Brasil, disse na terça-feira que supostas irregularidades na compra da vacina COVID-19 pelo governo federal não justificam o processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

Os comentários de Lira, feitos durante uma entrevista de rádio, vieram enquanto Bolsonaro sente o calor por supervisionar o segundo número mais mortal de coronavírus do mundo e uma investigação do Senado sobre supostos enxertos na compra de vacinas.

Lira tem o poder de decidir se inicia o processo de impeachment, mas atualmente não vê motivos para fazê-lo.

“No momento não há nenhum fato novo que justifique um vínculo direto com o presidente, a não ser o fato de um parlamentar ter dito que lhe deu alguns documentos e projetos de lei”, disse Lira. “Por enquanto, e até agora, existem muitas versões de ambos os lados.”

Lira também observou que o impeachment desestabilizaria política e economicamente o país.

Bolsonaro teria sido alertado pelo parlamentar Luís Miranda e seu irmão, funcionário do departamento de saúde, sobre possíveis irregularidades na compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, fabricada pela indiana Bharat Biotech em fevereiro, como testemunho de um pedido de perfil em andamento no Senado .

Após o surgimento das denúncias, a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber autorizou uma investigação do Presidente do Supremo Ministério Público (PGR) por “violação de dever”.

Bolsonaro nega qualquer irregularidade, alegando que pediu ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que investigasse o processo de compra da vacina, acrescentando que não foram encontradas irregularidades.

(Reportagem de Ricardo Brito; redação de Ana Mano; edição de Bill Berkrot)

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