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Doria decide na segunda-feira, após a eleição municipal, se haverá recuo no Plano SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com o aumento da taxa de transmissão do coronavírus e internações no estado de São Paulo, o governador João Doria (PSDB) disse que pode retomar as restrições às medidas de isolamento social. “Infelizmente isso está acontecendo em todo o Brasil”, disse Doria, sobre o novo crescimento das infecções, em entrevista em vídeo à Bloomberg nesta quarta-feira (25). “Temos que reconhecer que as pessoas estão cansadas, exauridas pelo isolamento, pela distância, por usarem máscaras.” “O Plano São Paulo avalia regiões de evolução da infecção ou de sua involução, a evolução ou involução de óbitos e também o número de UTI e leitos primários. Isso permite uma avaliação diária”, disse Doria. “Se tivermos que regredir em São Paulo para garantir a vida e a saúde das pessoas, faremos.” Parte dos técnicos do centro de contingência da Covid-19 defendeu que todo o estado deveria retornar ao estágio amarelo, que permite a abertura de estabelecimentos, mas com horários mais limitados. Após reunião do governador com o grupo e toda a secretaria nesta quinta-feira (26), foi decidido que haverá uma nova reclassificação de todas as regiões do estado, mas as mudanças só serão anunciadas na segunda (30), dia após o segundo turno das eleições municipais. João Gabbardo, coordenador executivo do centro de contingência, sinalizou que não haverá uma medida única para todo o estado. “Não concordamos que o estado deva ser colocado na mesma fase, que o mesmo tratamento seja dado a diferentes cenários epidemiológicos”, afirmou nesta quarta-feira. O volume de pessoas internadas com Covid em UTIs no estado cresceu 22%, comparando esta quarta-feira com duas semanas atrás, segundo dados da Secretaria de Saúde. O aumento foi ainda mais forte se considerado apenas a Grande São Paulo (30%). São 2.400 pessoas internadas em UTIs nesta região (o número do governo considera a média dos últimos sete dias). A pasta dizia que o problema na base do Ministério da Saúde no início deste mês, quando não foram inseridos dados de casos novos e óbitos, não prejudicou as informações sobre internações. Hoje, 76% dos municípios paulistas, incluindo a capital, estão na fase verde do Plano SP, com reabertura controlada de quase todas as atividades, incluindo cinemas e teatros. Em 16 das 22 sub-regiões do estado, o índice de contágio (Rt), que indica quantas pessoas serão infectadas por um infectado e ajuda a estimar a velocidade de transmissão da doença, está acima de 1. O número deve estar sempre abaixo de 1 para que a tendência de queda dos casos se mantenha. Nas regiões paulistas de Registro e Presidente Prudente, Rt é de 2,1 e 2,04, respectivamente. Na capital, a 1,55. Os dados são do projeto InfoTracker, da USP e da Unesp, que acompanha a pandemia no estado desde o seu início. A plataforma fez um ajuste dos dias que não foram atualizados para mitigar o problema da notificação tardia. Segundo o epidemiologista Paulo Menezes, professor da USP e integrante do centro de contingência, a situação é muito preocupante e piorou na última semana. “Houve um aumento significativo na transmissão do vírus e isso agora reflete o número de casos e internações. As mortes demoram mais para aparecer”. Para Menezes, embora o estado tenha taxas de ocupação da UTI abaixo de 50%, é fundamental que a transmissão do vírus seja interrompida naquele momento. Na capital, dos 811 internados em hospitais municipais ou contratados pela prefeitura até terça-feira (24), 451 estavam em terapia intensiva – 240, em ventilação mecânica. A taxa de ocupação da UTI é de 47%. “O aumento de casos começa a ‘aparecer’ também no interior de São Paulo. A impressão é que eles estão se espalhando da capital e da Grande SP para o resto do estado”, diz Wallace Casaca, professor da Unesp e coordenador do InfoTracker. Segundo Casaca, esse aumento do contágio pode refletir a combinação de três fatores: uma flexibilização “muito rápida” dos planos de recuperação econômica, o não cumprimento das medidas de saneamento básico pela população e o período eleitoral, que acabou levando a aglomerações. Menezes também acredita no relaxamento da população em relação à quarentena e às campanhas eleitorais, principalmente para vereadores. No Brasil, todas as regiões apresentam taxas de contágio acima de 1. No país como um todo, Rt está em 1,54 e já apresenta aumento em relação à taxa de 1,30 projetada pelo Imperial College de Londres, que levava em conta contagens de dados epidemiológicos até o Dia 16 A falta de exames em massa, principalmente para tentar identificar casos suspeitos, também é vista como outro fator importante para o aumento de casos. “Se eu não fizer o teste, inclusive não testando os casos mais leves, não consigo determinar os surtos da doença. E essas pessoas transmitem para outras pessoas”, diz Casaca. Segundo ele, muitas prefeituras optaram por não testar os casos mais leves, preferindo apenas orientar essas pessoas a permanecerem em quarentena. Para Suzana Lobo, presidente da Amib (Associação Brasileira de Terapia Intensiva), o aumento de casos e internações também causa outra preocupação: o esgotamento dos profissionais de saúde. “Todo mundo está querendo sair de férias. A gente não descansou e tudo começa a voltar. Na primeira onda, todo mundo estava pronto para a guerra. Agora está todo mundo um pouco machucado, não sabemos para onde vamos tirar força, mas teremos que aproveitar. ”Em nota, o CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) do estado afirma desconhecer o denominador e a metodologia utilizada pelo InfoTracker para o cálculo do Rt e, portanto, não quis comentar os dados . O CVE argumenta que o Rt não é um indicador epidemiológico capaz de refletir isoladamente a circulação do coronavírus, nem o impacto efetivo da pandemia no estado, uma vez que o monitoramento e a análise devem ser multifatoriais. “Isso é feito por meio do Plano São Paulo, com sete indicadores diferentes, combinados de forma coerente para analisar a capacidade de resposta do sistema de saúde e a evolução da pandemia e, consequentemente, classificação de acordo com as fases do plano”. Recorda que o próprio governo de São Paulo já comunicou, com total transparência, o aumento das internações na Covid-19, e continua a acompanhar a rede de saúde para a tomada de decisões com base na ciência e na saúde. O Coronavac pode ser aplicado sem aval da Anvisa, diz tucano paulista ”? O governador João Doria (PSDB) afirmou, em entrevista ao site Metrópoles, que se a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não divulgar o registro do Coronavac, vacina contra Covid- 19, mas outras agências internacionais dão sinal verde para isso, a imunização da população poderia acontecer independentemente da aprovação da agência brasileira. “Não há outra saída a não ser liberar dentro dos critérios que a Anvisa tem, que são os mesmos critérios que protocolos internacionais de outras agências de vigilância em saúde que também estão avaliando Coronavac. Nos EUA, na Europa, principalmente na Ásia, se a vacina for validada, ela será validada independentemente da Anvisa ”, disse Doria. Há um entendimento e aceitação internacional confirmados pela Organização Mundial da Saúde, que, no caso, diante de uma pandemia, sim ”, acrescentou. Doria afirmou ainda que os dados da fase 3 da pesquisa já foram entregues à Anvisa Na semana passada, no Brasil, o Coronavac, desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac, já foi testado pelo Instituto Butantan. A Anvisa diz que recebeu do Butantan “apenas dados pré-clínicos, que são dados anteriores a testes em humanos”. que, mesmo após aprovação em outros países, irá analisar se a imunização é segura para os brasileiros, os “prazos de validade” e as medidas de qualidade para preservação da vacina, considerando as condições climáticas de nosso país “, entre outros fatores. Afirma também que, para evitar esforços desnecessários, tem adotado medidas de paridade para considerar análises de outros órgãos. “Porém, é importante esclarecer que o reconhecimento tácito da aprovação de outras agências para o registro de vacinas aqui no Brasil não está previsto em lei e pode representar um risco para a população brasileira”.

By Gabriel Ana

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