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    Folhapress

    OCDE recomenda que governo expanda o programa Bolsa Família

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em relatório sobre a situação econômica do Brasil, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) recomendou que o governo aumentasse o número de beneficiários e valorizasse as parcelas do programa Bolsa Família. O documento, divulgado nesta quarta-feira (16) pelo organismo internacional conhecido como clube dos países ricos, sugere que essa expansão deve ser feita a partir da economia gerada com o objetivo de reajustes acima da inflação para os benefícios da previdência social. A OCDE também defende a reestruturação do serviço público, reforma tributária e ações que reduzam os gastos obrigatórios do governo. Segundo a entidade, sem reajuste automático do valor dos benefícios do Bolsa Família, os repasses do programa caíram 22% em termos reais (considerando o efeito da inflação) em 15 anos. “Essas transferências têm forte impacto sobre a pobreza e a desigualdade”, diz o relatório, entregue formalmente ao governo. “O aumento dos benefícios e dos limites de elegibilidade tem grande potencial para reduzir ainda mais a pobreza”. A entidade afirma que os gastos com o Bolsa Família representam 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e levam a uma redução de 15% nas taxas de pobreza, atingindo a parcela mais vulnerável da população. A OCDE argumenta que o ajuste automático dos benefícios da seguridade social tem geralmente ajudado famílias não pobres. Por isso, ele defende que as pensões e pensões deveriam ser reajustadas apenas pela inflação, sem ganho real, o que abriria espaço para mais gastos com o Bolsa Família. “A revisão dos atuais arranjos de indexação poderia liberar recursos para transferências mais eficientes e gerar reduções significativas na pobreza a um baixo custo fiscal”, diz o relatório. A entidade também defende adequações no programa de assistência para que o trabalhador dispensado receba o benefício rapidamente – hoje, a espera pode levar meses. Também afirma que as parcelas devem ter uma redução gradual de valor, e não um corte abrupto, para quem encontra trabalho. Durante a pandemia, o governo tentou acelerar um plano de reforço do Bolsa Família, que passaria a se chamar Renda Brasil. O novo programa substituiria a ajuda emergencial, que termina neste mês. O plano acabou enterrado após desentendimentos entre a equipe econômica, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e líderes partidários. A equipa do ministro Paulo Guedes (Economia) defende a fusão das ações sociais existentes num programa alargado. A ideia foi vetada pelo Bolsonaro. Após críticas, o plano apresentado pelos parlamentares e pelo governo de financiar o programa com recursos dos precatórios, dívidas da União reconhecidas na Justiça, também foi arquivado. Nesta semana, Bolsonaro disse que não haverá extensão da ajuda emergencial ou a criação de um novo programa de distribuição de renda. Segundo ele, a ideia é “aumentar um pouco” o Bolsa Família. A OCDE diz que a pandemia do coronavírus lançou o Brasil em uma recessão profunda e argumentou que o governo deveria melhorar a eficiência dos gastos, aumentar a produtividade e melhorar as políticas de treinamento profissional. “O ajuste fiscal deve ser retomado após a crise, mas pode ser feito melhorando a eficiência dos gastos, sem a necessidade de aumento de impostos por meio de alíquotas mais altas ou novos impostos e sem comprometer o crescimento ou a inclusão”, diz o documento. O relatório afirma que há muito espaço para revisar os incentivos fiscais e defende uma reestruturação do sistema tributário do país. A OCDE enfatiza que a reforma administrativa (reestruturação do serviço público) irá gerar economia e melhorar a qualidade do serviço público. A organização também diz que é inevitável revisar os gastos obrigatórios do governo e as regras que indexam os gastos públicos. Entre as medidas citadas, a entidade pede a aprovação da autonomia formal do BC (Banco Central). O projeto já foi aprovado no Senado e ainda depende de votação na Câmara. A OCDE ressalta que o desmatamento no país voltou a aumentar e argumenta que o governo deve liberar recursos adicionais para expandir os esforços de fiscalização nesta área.

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