Brasileiros saem às ruas exigindo impeachment de Bolsonaro e melhor acesso às vacinas

Manifestantes em algumas das maiores cidades do país, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, pediram o impeachment do presidente e melhor acesso às vacinas Covid-19. Muitos manifestantes não pareciam praticar o distanciamento social, embora a maioria usasse máscaras.

O Brasil enfrenta uma possível terceira onda de Covid-19. O Ministério da Saúde relatou 79.670 novos casos de Covid-19 e 2.012 mortes relacionadas ao coronavírus no sábado. O país registrou mais de 460.000 mortes por Covid-19 e 16 milhões de infecções.

Da população de mais de 210 milhões, cerca de 19 milhões – ou menos de 9,4% – estão totalmente vacinados.

Bolsonaro minimizou repetidamente a pandemia nos estágios iniciais. Anteriormente, ele chamou a Covid-19 de “gripe menor” e sabotou o distanciamento social ou os esforços de proibição. Sinais de ações de Bolsonaro no valor de “genocídio” foram vistos durante as manifestações.

O Senado brasileiro está conduzindo uma investigação sobre a forma como o governo Bolsonaro está lidando com a pandemia.

Em São Paulo, os manifestantes expressaram frustração com as políticas do Bolsonaro.

Irmã Patricia Ferreira disse que o Bolsonaro estava “pior do que o vírus no momento”.

“Estamos exaustos e nosso sistema de saúde está à beira do colapso”, disse ela. “Não há solução para a pandemia com ele (Bolsonaro) no poder.”

A aluna Beatriz Fernanda Silva disse que fazia uma manifestação em homenagem ao tio, morto pela Covid-19 aos 42 anos.

“Vim aqui lutar pela vacina que ele não conseguiu e que poderia tê-lo salvado. Ele morreu no final de fevereiro, deixando dois filhos e uma esposa”, disse o estudante.

Ela disse que reconheceu o risco que estava correndo “por estar nas ruas no meio de uma pandemia”, mas sentiu que era importante falar abertamente.

“Muitas pessoas estão morrendo. Bolsonaro deveria fazer algo a respeito, mas desde o início ele tratou a situação com total abandono”, disse Silva à CNN.

Um manifestante carrega um cartaz acusando Bolsonaro de genocídio.

Os protestos foram em grande parte pacíficos, com exceção da capital do estado, Recife, em Pernambuco, onde a polícia usou balas de borracha, bombas de gás e spray de pimenta para dispersar a multidão. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram que um manifestante foi baleado no olho por uma bala de borracha e policiais foram vistos usando spray de pimenta em Liana Cisne, vereadora do Partido Trabalhista.

A vice-governadora do Estado de Pernambuco, Luciana Santos, disse que a ordem para dispersar os manifestantes não veio do governo e que uma investigação sobre táticas policiais está em andamento. O governador Paulo Câmara suspendeu o comandante da polícia e os policiais envolvidos enquanto aguardavam a investigação.

Os protestos aconteceram uma semana depois de um comício de motocicletas organizado pelo presidente Bolsonaro no Rio de Janeiro. Lá ele se manifestou contra medidas restritivas, enquanto seus apoiadores pediam a derrubada do Supremo Tribunal Federal, que deu aos governadores e prefeitos locais a oportunidade de impor medidas para impedir a propagação do vírus.

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