22 de novembro de 2020 – 11h49
Considerada uma doença silenciosa porque, em sua maioria, não manifesta sintomas nem causa desconforto ao paciente, o diabetes estava entre as cinco principais causas de morte no Brasil em 2018. Portanto, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento correto são peças fundamentais no controlar a doença.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico, acompanhamento e tratamento completo para o diabetes, incluindo distribuição de insulina quando necessário. O atendimento prestado pela Atenção Básica à Saúde pode prevenir internações e complicações relacionadas à doença. As equipes de saúde da família fazem acompanhamento multiprofissional.
“Em 2020, os recursos investidos na manutenção das equipes de Saúde da Família em ações de promoção à saúde, incluindo academia de saúde, programa de saúde na escola e ações de alimentação e saúde, somam até o momento mais de R $ 14 bilhões”, explica o secretário de Saúde da Atenção Básica Atendimento, do Ministério da Saúde, Raphael Parente.
“Além desse valor, neste ano, o ministério destinou mais R $ 221 milhões por meio de portaria que instituiu, de caráter excepcional e temporário, no âmbito da Covid-19, incentivo financeiro federal para atendimento de pessoas com obesidade, diabetes e também hipertensão arterial ”, frisa o secretário.
O diabetes é causado pela produção insuficiente ou resistência à insulina, um hormônio que regula a glicose no sangue e fornece energia para o corpo. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, estima-se que 9 milhões de pessoas que acessam a Atenção Básica tenham diabetes, 35% delas cadastradas em unidades de saúde.
Em 2019, foram realizados 11 milhões de atendimentos para portadores da doença. No mesmo ano, o número de internações por diabetes foi de 136 mil, gerando um custo de R $ 98 milhões de reais.
Com o diagnóstico de diabetes, Sebastiana Costa Santos, 78 anos, mudou os hábitos alimentares e iniciou o tratamento no SUS. Ela disse que ir ao médico foi fundamental para controlar a doença. “Acho o tratamento muito bom. Aconselho você sempre procurar um médico para se tratar e olhar com muito cuidado, não deixe de ir ao médico para medir sua glicemia, se alimentar bem, fazer exercícios e fazer exames permanentes por causa da glicemia ”, relatou.
O último dia 14 foi o Dia Mundial do Diabetes, quando os perigos da doença são lembrados e os cuidados são tomados para evitá-los.
Prevenção
A melhor forma de prevenir é praticar atividades físicas regularmente, manter uma alimentação saudável consumindo frutas e verduras e reduzindo o sal, açúcar e gorduras. Também é importante manter o peso sob controle, evitar o consumo de álcool e não fumar. Pessoas com histórico familiar de diabetes devem redobrar seus cuidados.
Fatores de risco
Além dos fatores genéticos e da ausência de hábitos saudáveis, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento do diabetes, como hipertensão, colesterol alto ou alterações na taxa de triglicerídeos no sangue, sobrepeso principalmente se a gordura estiver concentrada na cintura e doenças insuficiência renal crônica.
Tipos de diabetes
Diabetes tipo 1: doença hereditária crônica. Cerca de 90% dos pacientes diabéticos no Brasil apresentam esse tipo. Geralmente aparece na infância ou adolescência, mas também pode ser diagnosticado em adultos. O tratamento requer o uso diário de insulina para controlar a glicose no sangue.
Diabetes tipo 2: ocorre quando o corpo não usa adequadamente a insulina produzida. A causa está relacionada a fatores como histórico familiar, idade acima de 45 anos, excesso de peso, sedentarismo e hipertensão.
Pré-diabetes: é um sinal de alerta do organismo quando os níveis de glicose no sangue estão acima do normal, mas ainda não tão altos para caracterizar a doença. Mudar os hábitos alimentares e praticar exercícios físicos são os principais fatores de sucesso para o controle.
Diabetes gestacional: ocorre temporariamente durante a gravidez. Os níveis de açúcar no sangue estão acima do normal, mas ainda abaixo do nível para ser classificado como diabetes tipo 2.
Sintomas
Fome, sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia são os principais sintomas. Mas, dependendo do tipo, não há sinais específicos.
O diabetes tipo 1 pode causar perda de peso, fraqueza, alterações de humor, náuseas e vômitos. O tipo 2 traz sintomas como retardo na cicatrização de feridas, visão turva e formigamento nos pés e nas mãos.
Complicações
Cada tipo de diabetes requer cuidados diferenciados. Quando não tratada corretamente, a doença pode progredir para formas mais graves e apresentar diversas complicações. Entre eles, problemas arteriais e amputações, doenças renais, feridas nos pés de difícil cicatrização, cegueira e mais chance de desenvolver problemas oculares como catarata e glaucoma.
Além disso, pode haver redução da sensibilidade devido aos danos que a falta de controle da glicose causa aos nervos. Essas duas condições tornam mais fácil sofrer úlceras e infecções, que podem levar à amputação. A maioria das amputações pode ser evitada com cuidado regular e calçado adequado.
por Ministério da Saúde
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