Presidente do STJ determina liberação imediata de Marcelo Crivella
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, ordenou recentemente que o prefeito destituído do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, seja libertado imediatamente. A decisão foi tomada após a defesa de Crivella informar o ministro que a decisão que concedeu a prisão domiciliar ainda não foi executada na Justiça.
Ontem (22), o ministro determinou que Crivella estivesse em prisão domiciliar e monitorado por uma tornozeleira. Ele também está proibido de entrar em contato com terceiros e falar ao telefone. O prefeito removido também deve entregar aparelhos de telefone, computadores e tablets às autoridades. Crivella vai deixar o Presídio José Frederico Marques, presídio de Benfica, para fazer prisão domiciliar em seu apartamento, no condomínio Península Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro,
Na nova decisão, o ministro também determinou que o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) explique em 48 horas os motivos pelos quais a soltura ainda não foi determinada.
“Constatada o descumprimento da decisão, determino à Coordenação de Processos de Atos Criminais a emissão imediata do título de liberação do paciente, Marcelo Bezerra Crivella, para ser colocado em prisão domiciliar, nas condições estabelecidas no essa decisão “, decidiu Martins.
Nesta terça-feira, Crivella foi preso por ordem da juíza Rosa Helena Penna Macedo Guita, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A prisão do prefeito e de outros investigados foi realizada em ação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil, e ocorreu no desenrolar da Operação Hades, que investiga corrupção na prefeitura e é com base na denúncia do doleiro Sergio Mizrahy.
Não habeas corpus, A defesa de Crivella disse que a prisão é ilegal e uma demonstração de criminalização da política. “A prisão foi decretada com base em suposições genéricas e abstratas, desprezadas de qualquer fundamento legal, e é certo que o prefeito terá sua inocência demonstrada no decorrer do processo”, afirmaram os advogados.
Verificando e pesquisando
Em despacho, a juíza Rosa Helena determinou que, antes da liberação de Crivella, a emissão de mandado de verificação e busca e apreensão deveria ser realizada na residência do prefeito distante, de onde partem os terminais de telefonia fixa, computadores, tablets, laptops, aparelhos deve ser removido. telefone celular e smart tvs, para cumprir a medida. O juiz também determinou que as empresas de telefonia fixa e internet sejam oficiadas para interromper os respectivos sinais e a colocação de dispositivo de monitoramento eletrônico no prefeito removido.
Operação
Crivella chegou ontem à noite à prisão de Benfica, depois de assistir a uma audiência de custódia no TJRJ, que foi conduzida pela juíza Rosa Helena Penna Macedo Guita. O magistrado é o mesmo que acatou a denúncia do MPRJ e assinou os sete mandados de prisão para os investigados no desdobramento da Operação Hades.
Ontem, depois de ser preso em casa, pela manhã, Crivella passou quase seis horas na Delegacia da Fazendária, na Cidade da Polícia, em Jacaré, onde prestou depoimento. Em seguida, foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame do corpo do crime e, ao final, foi encaminhado à audiência de custódia de quatro dos acusados presos ontem no desenrolar da Operação Hades.
Em entrevista à tarde de ontem, o procurador-geral adjunto da Justiça do Rio de Janeiro informou que a organização criminosa denunciada pelo MPRJ, que atuava na cidade do Rio de Janeiro, conseguiu arrecadar pelo menos R $ 50 milhões em taxas pagas por bombardeio empresas. Apresentaram notas fiscais para pagamento feito através do sistema de sobras a serem pagas com o orçamento do município. Martins acrescentou que o valor está sendo solicitado pelo MPRJ como forma de indenização.
* Colaborou com Douglas Corrêa e Cristina Indio do Brasil
A matéria se expandiu em 1929.