Plano prévio define estratégias de vacinação contra Covid-19

A Ministério da Saúde já trabalha para garantir a imunização contra o novo coronavírus para a população brasileira. Na semana passada, a agência apresentou um plano prévio de estratégias de vacinação contra a Covid-19, resultado de uma parceria com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde).

Plano prévio define estratégias de vacinação contra Covid-19
Plano prévio define estratégias de vacinação contra Covid-19 Foto: Brasil 61

O plano, ainda em construção, visa reduzir a transmissão e o número de mortes no país em decorrência da doença. Inicialmente, a estratégia é vacinar todos os profissionais de saúde e as populações de maior risco, como idosos e pessoas que apresentam comorbidades ou doenças crônicas, incluindo diabetes e cardiopatias.

Para Julival Ribeiro, médico infectologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Doenças Infecciosas (SBI), é muito importante que o governo se prepare o quanto antes na elaboração de um plano de vacinação da população. No entanto, ele ressalta que é preciso paciência até lá.

“Temos que manter medidas preventivas (como lavar as mãos com água e sabão, limpar com álcool gel, usar máscaras). Ainda não sabemos quando essa pandemia vai acabar. O mais importante na vacina é que todos tenhamos paciência, porque precisamos de algo seguro ”, afirma.

O plano

Por enquanto, não há esquema de vacinação como ocorre nas campanhas de imunização contra o vírus Influenza, causador da gripe, por exemplo. Isso porque a expansão da vacinação para outros grupos depende do aumento da disponibilidade de doses.

O Ministério da Saúde possui um acorde com a farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford para adquirir 100 milhões de doses da vacina contra Covid-19. A vacina está em fase de ensaio clínico e conta com a participação de 5 mil voluntários no país – a Anvisa autorizou os testes em mais de 5 mil pessoas há duas semanas.

Como o Brasil segue os estudos para uma vacina eficaz e segura contra o novo coronavírus, o plano pode sofrer algumas atualizações, de acordo com as evidências e avanços no conhecimento. Até lá, pelo menos, estão definidas as instituições que participarão desse processo. Entre eles estão a Anvisa, os laboratórios da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e do Butantan, além de diversas sociedades médicas.

O infectologista Julival Ribeiro destaca a experiência do país com estratégias de vacinação, mas alerta para as dificuldades que podem surgir com a distribuição de um novo imunizante. “O Brasil é um dos melhores países do mundo em termos de campanhas de vacinação. Por isso, ele já tem logística para realizar também a aplicabilidade da vacina para a Covid. Porém, vale lembrar que somos um país continental e não é fácil vocês fazerem essa distribuição de repente ”, pontua.

O plano prevê um esforço de comunicação dos atores envolvidos em uma campanha de vacinação para atingir a sociedade. Pontos como a importância da vacinação, quais são os critérios para a escolha de uma população prioritária, como, quando e onde a vacina estará disponível e a segurança do imunizante devem ser reforçados.

Francieli Fontana, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), também levantou aspectos que ainda precisam de esclarecimentos: quando estará disponível uma vacina segura, duração da proteção, se vai precisar de mais de uma dose, se for adquirida mais de uma vacina , entre outros.

“Precisaremos orientar a população sobre a importância da vacinação. Já tivemos movimentos anti-vacinais, notícias falsas e essa comunicação será fundamental para o sucesso da estratégia de vacinação ”, afirma.

fase

Atualmente, 149 vacinas candidatas estão em avaliação pré-clínica em todo o mundo. No Brasil, além da vacina Oxford, a Laboratório chinês sinovac, em testes com mais de nove mil voluntários no país, também está na última fase antes da aprovação da Anvisa.

Nesta quarta-feira (30), o governador de São Paulo fechou acordo para a compra de 46 milhões de doses da vacina, que é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com os chineses. Segundo ele, a ideia é iniciar a campanha para os profissionais de saúde do estado no dia 15 de dezembro.

Francieli Fontana reforçou em reunião ordinária, na semana passada, que o país acompanha as imunizações que estão em andamento.

“Essas vacinas estão sendo estudadas pelo Programa Nacional de Imunizações com um grupo de especialistas, para que tenhamos subsídios na hora de aderir a uma vacina com eficácia e segurança adequadas e poder definir um grupo vacinal prioritário”, diz.

Estrutura

O Brasil já possui o PNI e uma estrutura e tradição consolidadas para a aplicação de vacinas em escala nacional. Neste ano, por exemplo, foram distribuídas mais de 75 milhões de doses contra a gripe para estados e municípios. Ao todo, são mais de 38 mil salas de vacinas, segundo o Ministério da Saúde.

By Gabriel Ana

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