Pesquisadores estão estudando o estresse nas abelhas
Por TPN / Lusa, em Renature, Green · 21-02-2021 17:00:00 · 0 Comentários
Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) estão a trabalhar com o grupo MUST-B, criado pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, para estudar o risco integrado de múltiplos estressores nas abelhas.
Uma equipa de investigadores do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC), coordenada por José Paulo Sousa, está a trabalhar com o grupo MUST-B para “estudar e avaliar o risco integrado de múltiplos factores“ estresse ”para as oportunidades das abelhas para mitigar, melhorando o manejo das plantas e paisagens agrícolas”, diz uma declaração publicada da UC.
A equipa da FCTUC é responsável pela recolha de dados de campo sobre o desenvolvimento das colónias e da paisagem envolvente. Todos os dados “são utilizados para a calibração do modelo ApisRAM – modelo de avaliação de risco para colónias de abelhas melíferas a nível europeu – que está a ser desenvolvido pelo grupo MUST-B”, explica José Paulo Sousa.
Este modelo irá, por exemplo, tornar possível “prever a saúde das colônias de abelhas, ter uma abordagem holística do problema e incorporar não apenas informações de saúde sobre as colônias e impactos da exposição a pesticidas, mas também o impacto da composição e da paisagem agrícola. particularmente no que diz respeito às práticas agrícolas e disponibilidade de recursos florais ”.
Os dados recolhidos pela equipa portuguesa serão também integrados na plataforma EUBP (EU Bee Partnership), da qual o aluno de doutoramento em ciências da vida da FCTUC, Nuno Capela, é um participante ativo.
Esta plataforma, também apoiada pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA na sua sigla original em inglês), visa recolher, analisar e apresentar visualmente dados relativos aos polinizadores de forma clara e simples, de acordo com a UC.
Também se destina a “ajudar a estudar dados e melhorar a compreensão das partes interessadas em diferentes áreas do estado de saúde dos polinizadores e seu papel no meio ambiente”, acrescenta.
Com os dados recolhidos no âmbito do seu doutoramento, o investigador Nuno Capela do Centro de Ecologia Funcional pretende “uniformizar a recolha de dados futuros e ajudar a criar algoritmos que possam detectar automaticamente eventos, tendências e possíveis problemas nas colónias de abelhas”.
“No futuro, apicultores, pesquisadores ou mesmo cidadãos poderão adicionar dados brutos à plataforma, que irá processá-los automaticamente e depois exibir gráficos e tabelas fáceis de interpretar”.