Peso na saúde | A HORA

O fato de sete em cada dez habitantes de Belo Horizonte terem excesso de peso não é uma questão estética, mas de saúde pública, como alertou a repórter Tatiana Lagôa em reportagem publicada ontem no A HORA. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Ministério da Saúde mostram que, em todo o país, o percentual da população com sobrepeso e obesidade cresceu 60% em 15 anos.

Longe de mostrar uma melhora na alimentação da sociedade, os dados comprovam um preocupante desvio nutricional e comportamental que causa graves prejuízos.

Pesquisadores dos Ministérios da Saúde e da Educação publicaram na “Revista Pan-Americana de Saúde Pública”, em abril deste ano, que a obesidade e doenças relacionadas, como hipertensão e diabetes, geraram um custo de R $ 3,45 bilhões para o SUS em 2018. E , em outro estudo, o Banco Mundial projeta que os custos totais, incluindo a rede privada, podem ultrapassar R $ 50 bilhões em 30 anos.

Mas as implicações não são apenas econômicas. A cada ano, 168 mil pessoas morrem no Brasil por motivos relacionados ao excesso de peso, calculam pesquisadores da Escola Paulista de Medicina e do CDC norte-americano. E a situação tende a piorar, já que o sobrepeso e a obesidade são fatores críticos de comorbidade para Covid-19. Um estudo na Califórnia descobriu que, devido ao aumento dos processos inflamatórios e à formação de coágulos, uma pessoa com excesso de gordura corporal tem quatro vezes mais probabilidade de morrer infectada com o coronavírus.

Não há outra prescrição além do monitoramento frequente, atividade física e uma dieta balanceada para conter essa pandemia, que é tão perigosa para a sociedade quanto a da Covid-19.

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