Ocupação de camas para covid-19 atinge 100% em Natal e Mossoró – 6.8.2020

Ocupação de camas para covid-19 atinge 100% em Natal e Mossoró - 6.8.2020

Ocupação de leitos específicos para o tratamento de pacientes nos quais uma nova infecção é suspeita ou confirmada coronavírus atingiu a capacidade máxima em Natal e Mossoró, as duas maiores cidades do Rio Grande do Norte, no fim de semana.

Foi a primeira vez desde o início da articulação pandêmica 19, que esses municípios receberam ao mesmo tempo o pico do uso desses leitos. Até a noite passada, o Centro de Regulamentação da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap / RN) contava 11 pacientes gravemente enfermos aguardando o leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Apesar da pressão sobre o sistema público de saúde, Cipriano Maia, titular da Sesap / RN, afirma que ainda não é possível afirmar que o estado está enfrentando o pico da doença. Em uma semana, o número de mortos de um adolescente de 19 anos no Rio Grande do Norte aumentou 26,9% (de 323 mortes em 1º de junho a 410 em 6 de junho), segundo os últimos dados da Sesap / RN, mesmo com todos Como leitos para tratamento de doenças em cidades consideradas estados epicentros, Cipriano Maia evita confirmar que o sistema de saúde local entrou em colapso.

“A taxa crítica de ocupação do leito e a crescente demanda por portas de emergência, juntamente com o baixo nível de isolamento social existente até a semana passada, criaram uma situação de estresse máximo para os serviços de saúde”, explicou Cipriano Maia. O governo do Rio Grande do Norte planeja abrir outros 114 leitos para tratar casos de pandemia nos próximos 15 dias. Desses, 63 estarão na UTI.

Dos 219 leitos que o estado abriu desde o início da pandemia, 171 estão ocupados hoje, outros 12 estão disponíveis e 37 estão bloqueados. O Rio Grande do Norte poderia ter mais leitos disponíveis para residentes com sintomas ou confirmados para um novo coronavírus. No entanto, 51,4% do número total de leitos bloqueados está nesse status devido à falta de mão-de-obra. O estado está enfrentando dificuldades em ampliar a equipe de profissionais de saúde para atuar no combate à pandemia. Mesmo os procedimentos simplificados de seleção falharam em preencher as vagas temporárias criadas pela Sesap / RN nos últimos 60 dias.

Uma corrida contra o tempo

Mais de 30 anos de serviço público no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), em Natal, a enfermeira Neide Rodrigues da Silva Santos, 69 anos, atendeu milhares de pacientes. Dentro de quatro dias, vendo seu filho mostrando todos os sintomas da infecção à vista-19 e desenvolvendo falta de ar, ela ficou desesperada.

“Ajudei a salvar muitas vidas e hoje quero desesperadamente salvar a vida do meu filho e tenho minhas mãos atadas”, diz ele emocionalmente. A enfermeira aposentada passou a maior parte de sua vida profissional tratando pacientes internados em camas no Instituto. E justamente pela falta de um deles, anos após a aposentadoria, e desta vez por causa de seu filho de 45 anos, o sargento da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Robson Cosme de Souza, ela apresentou uma queixa depois de tantas rejeições pelas autoridades de saúde locais.

“Liguei para as mídias sociais. Conversei com os grandes que não querem se expor. Procurei por eles, conversei com A, B e C. Não recebi nenhum apoio da corporação (PMRN). Nenhum deles fez nada sabendo que ele foi infectado enquanto trabalhava, defendendo a população. Ele foi infectado enquanto trabalhava “, disse Neide Santos.

Robson Cosme de Souza ficou em uma poltrona, onde recebeu soro e respirou com a ajuda do aparelho, por quatro dias. “Meu filho não conseguiu fazer xixi porque estava tão cansado que estava com falta de ar e piorando”, lembrou a mãe ansiosa. Foi somente depois que o caso foi registrado nas mídias sociais que a Sesap / RN conseguiu transferir Robson Cosme para o leito de UTI no hospital da polícia militar, enviado para Covid-19, na zona leste de Natal.

No início de maio, dois idosos morreram esperando por uma cama de reabilitação. Ambos apresentavam sintomas da condição 19 e a burocracia do regulamento do leito atrasou a liberação da vaga. Eles não ofereceram resistência e morreram nas unidades de saúde de Ipanguaçu e São Rafael, na região oeste do Rio Grande do Norte.

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