O FaceApp rouba meus dados? Veja 6 coisas que você deve saber sobre isso - 15.6.2020

O FaceApp, um aplicativo que usa inteligência artificial para transformar selfies de homens para mulheres e vice-versa, além de mostrar como vamos olhar no futuro, está de volta à moda no Brasil. Nos últimos dias, pessoas famosas e anônimas amam o aplicativo e publicam os resultados nas redes sociais.

Mas o FaceApp está cercado de controvérsias há anos. O aplicativo foi acusado de “roubar” suas informações devido à sua política de privacidade. Além disso, o FBI (Federal Bureau of Investigation) já o investigou nos Estados Unidos, fez com que a Apple e o Google recebessem multas no Procon, o chamou de racista por branquear fotos em preto e pode cooperar com o chamado “deepfake”.

Apesar de tudo, os brasileiros ainda gostam de usar o aplicativo. Antes de extinguir sua curiosidade sobre sua “versão do sexo oposto”, descubra mais detalhes sobre a controvérsia em torno do aplicativo.

Eu posso “roubar” seus dados

Dependendo da interpretação, a política de privacidade e os termos de uso forneceriam ao Wireless Lab, a empresa russa responsável pelo aplicativo, a capacidade de coletar algumas de suas informações, como:

  • Fotos selecionadas pelo usuário
  • Um aplicativo consumidor de banda
  • Histórico de compras
  • Informações de rede social (se você estiver conectado através de outra plataforma)
  • Modelo de telefone móvel
  • Resolução da tela
  • Tipo de sistema operacional
  • Algumas informações da sua navegação na Internet, como sites visitados.

A política de privacidade foi atualizada em 4 de junho. A empresa diz que usa provedores externos de nuvem – Google Cloud Platform e Amazon Web Services – para processar e editar fotos. Além disso, garante que ele use apenas fotos selecionadas pelo usuário e que elas sejam armazenadas na nuvem por um período de 24 a 48 horas, caso sejam necessárias alterações adicionais do usuário.

O Wireless Lab diz que essas informações são usadas para melhorar o aplicativo, direcionar anúncios e evitar fraudes. Diz-se também que os dados podem se tornar anônimos, ou seja, sem dados pessoais que identifiquem o usuário.

Os Termos de Uso também concedem à empresa uma licença gratuita para usar fotos de usuários para fins publicitários, sem solicitar autorização. Outra condição controversa é dar à empresa a capacidade de “processar, armazenar e transferir seus dados para outros países” sem dar explicações adicionais.

A empresa jura que, apesar de tudo, não compartilha informações com terceiros e usa as fotos apenas para fins do aplicativo. Vale lembrar que outras grandes empresas de tecnologia dos EUA também estão coletando muitas coisas, como Google e Facebook, com promessas e avisos semelhantes aos do Wireless Lab.

O FBI investigou o pedido e o criticou

Até o FBI entrou na história e pesquisou o aplicativo. O motivo é uma carta enviada pelo senador norte-americano Chuck Schumer, que pediu à agência que investigasse.

O FBI analisou os termos de uso do aplicativo e apontou que o Wireless Lab usa os mesmos dados de telefone celular usados ​​pelas redes sociais, com a diferença de que o FaceApp envia fotos de usuários para manipulação em servidores em nuvem.

O FBI também tem sido cauteloso com a verdade do que a empresa diz que faz.

“O FBI considera que qualquer aplicativo móvel ou produto similar desenvolvido na Rússia, como o FaceApp, é um risco potencial de contrainteligência com base nos dados que coleta, seus termos de uso e política de privacidade e mecanismos legais disponíveis ao governo que permitem o acesso a dados dentro das fronteiras da Rússia”. está em um documento escrito em resposta a Schumer.

Procon já puniu o Brasil

Em agosto do ano passado, a Fundação Procon de São Paulo multou o Google e a Apple por não conformidade com o Código de Proteção ao Consumidor (CDC) ao fornecer o Faceapp.

As multas prescritas foram de US $ 9.964.615,77 para o Google e US $ 7.744.320,00 para a Apple. O pedido, no entanto, não foi penalizado. Então o Google disse que iria reclamar, enquanto a Apple não fala.

O Procon notificou duas empresas que procuram informações sobre proteção de dados do consumidor. A agência concluiu que eles violaram os direitos do consumidor brasileiro ao permitir que o FaceApp exibisse informações em inglês em sua “Política de Privacidade” e “Termos de Uso”.

O relatório solicitou que o Procon-SP, Google e Apple recebessem uma atualização sobre o tópico, e as respostas podem ser incluídas posteriormente neste texto.

Ele foi chamado racista

O FaceApp já foi considerado racista. O aplicativo branqueava negros e índios quando eles usavam um filtro que deveria “embelezá-los”. Recentemente, o pesquisador Tarcízio Silva, mestre em comunicação da UFBA (Universidade Federal da Bahia), lembrou a história em seu Twitter.

A empresa alegadamente alegou ao Guardian que esse clareamento é “um efeito colateral lamentável da rede neural subjacente, causado pelo viés do banco de dados devido ao treinamento, e não ao comportamento intencional”.

O laboratório sem fio removeu o filtro de ar e pediu desculpas pelo que aconteceu.

Pode ser usado para “deepfake”

O resultado final do filtro do FaceApp é tão real que pode ser usado para enganar outras pessoas. Quem garante que você não pode usar a versão feminina de um homem em aplicativos de namoro, como o Tinder, para fraudes?

Além disso, você pode usar uma foto de terceiros, como imagens familiares, no aplicativo e criar outros problemas com as imagens geradas. Até o Papa Francisco criou uma versão da esposa criada pelo FaceApp.

Pode ser usado para reconhecimento de rosto

O Wireless Lab jura que as fotos não serão repassadas a ninguém. Mas, devido aos buracos deixados na data de vencimento, ninguém pode garantir. Um dos perigos seria que a empresa vende imagens de rosto para empresas que podem usar as fotos para reconhecer rostos.

Além disso, como as imagens estão em servidores de terceiros, os cibercriminosos podem roubá-las e podem até ser usadas para falsificar documentos, de acordo com um aviso da empresa de segurança Kaspersky.

By Carlos Eduardo

"Fã de música. Geek de cerveja. Amante da web. Cai muito. Nerd de café. Viciado em viagens."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *