O secretário de Defesa, Mark Esper, demitido nesta segunda-feira por Donald Trump, será lembrado por se opor à intenção do presidente de usar o Exército para reprimir os protestos contra a brutalidade policial nos últimos meses.
Por meio de mensagem na rede social Twitter, Trump anunciou a demissão de Esper e sua substituição provisória pelo diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo, Christopher C. Miller.
… Chris fará um ótimo trabalho! Mark Esper foi encerrado. Eu gostaria de agradecê-lo por seu serviço.
– Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 9 de novembro de 2020
Trump ameaçou repetidamente enviar todo tipo de força, incluindo militares, para suprimir esses protestos, cujas manifestações em alguns casos foram acompanhadas de violência e saques, o que levou Esper a anunciar sua oposição a tal ideia, durante uma imprensa conferência no Pentágono. Isto é A atitude de Esper provocou a fúria de Trump, que quis despedi-lo imediatamente.
Graduado pela academia militar de West Point e com experiência no governo e no setor privado, Esper chegou ao Pentágono em julho de 2019, no lugar de James Mattis, depois que ele deixou o cargo em desacordo com o plano de Trump de retirar as tropas dos EUA da Síria.
Nascido em 1964, Esper se formou em ciências aos 23 anos, e depois ingressou no exército como oficial de infantaria, o que o levou a participar da primeira guerra do Golfo. Suas ações na frente o levaram a ser decorado com uma estrela de bronze e uma legião de mérito.
De volta aos EUA, embora permanecesse no serviço militar, concluiu o mestrado em administração pública na Universidade de Harvard. Após 10 anos no serviço militar, ele decidiu sair e começou a trabalhar para a Heritage Foundation, um grupo de reflexão conservador muito influente em Washington.
De lá foi para a esfera pública, na comissão de Relações Internacionais do Senado e, entre 2001 e 2002, foi diretor de Políticas Públicas para as Forças Armadas da Câmara dos Deputados. Este ano, o O presidente George W. Bush o convidou para o Pentágono, como subsecretário de defesa, o que lhe permitiu trabalhar em questões relacionadas ao controle de armas, segurança internacional e não proliferação nuclear.
Após sua passagem pela Defesa, voltou ao setor privado, onde trabalhou na Aerospace Industries Association e na Raytheon, uma das principais fornecedoras do Pentágono. Em 2017 ele deixou a Raytheon para retornar ao Pentágono, como secretário do Exército, onde geriu os recursos e a preparação dos 1,4 milhão de militares que integram este ramo das Forças Armadas.
Tornou-se uma das faces mais conhecidas do Pentágono, voltando a frequentar os meios do Capitólio, demonstrando ser um ferrenho defensor tanto das necessidades do Exército quanto das políticas da Casa Branca.