Liga Premiada. Como Mourinho tornou o Liverpool especial – Tottenham na 13ª jornada – Esportes

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    Décimo sexto *. Sexto. Segundo. Oitavo*. Sexto. Esta é a última qualificação de José Mourinho na Premier League desde a conquista do título inglês pelo Chelsea, na época 2014/15, na segunda passagem do treinador português pelo Stamford Bridge.

    E não, o segundo lugar com o Manchester United na temporada 2017/18 não invalida o argumento implícito de que Mourinho passou os últimos cinco anos longe de lutar pelo troféu mais desejável em Terras de Sua Majestade. Basta revisar a tabela de classificação para lembrar que os Red Devils terminaram o campeonato 19 pontos atrás do Manchester City por Pep Guardiola.

    Quando, há pouco mais de um ano, Mourinho assinou pelo Tottenham Hotspur, a combinação não poderia ter parecido mais apropriada. Dois grandes jogadores do futebol, e em particular do futebol inglês, longe das glórias de outros tempos e com atributos, cada um, que permitiria ao outro ser catapultado para o sucesso. Se o treinador de 57 anos sofre meia década de jejum – repito, no que diz respeito ao campeonato inglês, lembremo-nos que nos últimos anos, quando se sentou no banco de Old Trafford, ganhou uma Supertaça , uma Taça da Liga e uma Liga Europa – os Spurs não levantam o troféu do campeonato há 59 anos.

    Antes da chegada do treinador português, o Tottenham, sob o comando de Mauricio Pochettino, era um potencial candidato ao título. Ou aos títulos, fazendo uso plenamente justificado do plural, uma vez que atingiu vários momentos decisivos, mas não conseguiu vencer nenhum deles. Logo na cabeça do campeonato perdeu para o Leicester em 2015/16 e na final da Liga dos Campeões em 2018/19 onde o clube londrino foi derrotado pelo Liverpool. Afinal, o Spurs é um candidato sem colocação. Será paradigmático dizer que o central belga Jan Vertonghen, que assinou no verão passado pelo SL Benfica, saiu de Londres sem qualquer troféu conquistado em oito anos. A última vez que um time do Tottenham conquistou um troféu foi em 2007/08, há 12 anos, em uma temporada em que o clube contava com três treinadores, Gareth Bale tinha apenas 18 anos e Adel Taarabt e Ricardo Rocha faziam parte do time londrino.

    Atualmente o Spurs é o primeiro colocado da Premier League, em igualdade de condições com o Liverpool, passou da primeira colocação no grupo da Liga Europa e só foi eliminado da Copa da Liga inglesa nas oitavas de final, no empate por pênaltis no O Chelsea, atualmente liderado pelo ex-capitão do Mourinho Blues, Frank Lampard.

    créditos: AFP ou licenciantes

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    créditos: AFP ou licenciantes

    Nesta quarta-feira acontece a 13ª rodada da Premier League e Liverpool e Tottenham se enfrentam em uma partida que, em caso de vitória, dará um novo líder isolado ao campeonato. Por que isso é ainda mais emocionante do que a liderança isolada, embora prematura, da liga? Primeiro porque os londrinos não são campeões há quase seis décadas – sim, eles ainda têm que jogar dois terços da liga e tudo pode mudar. Em segundo lugar, porque os Spurs desde 1984/85 não lideram o campeonato com tantos jogos disputados. Na época, chegaram ao topo após 23 rodadas, mas terminariam a temporada em terceiro lugar, atrás de Liverpool e Everton, campeão daquele ano. Portanto, o cenário de liderança do clube é inédito na era da Premier League, formato que a primeira divisão inglesa adotou a partir da temporada 1992/93. Terceiro ponto, por se tratar da segunda melhor partida da história do clube com 25 pontos em 12 rodadas, só superada no início de 2011/12 quando o clube somava 28 pontos em 12 jogos.

    Então, sim, este Liverpool – Tottenham é muito relevante. E sim, Special One, Kane e companhia acrescentam quase todos os motivos. Afinal, os Reds já fizeram a sua parte para tornar especial qualquer jogo contra aquele que é um dos melhores times ingleses do século XXI. Agora, o clube londrino, ao colocar-se num pedestal do qual esteve ausente nos últimos anos, contribui com a sua parte.

    Mas, passando da premissa ideológica para a premissa estatística.

    Quais são os números que nos dizem sobre o jogo desta noite (20:00 Sport TV)? Que nos duelos com Jürgen Klopp, José Mourinho não se dá bem. Em 11 jogos, o treinador português somou apenas duas vitórias, uma nas meias-finais da Liga dos Campeões, quando treinou o Real Madrid – e que pouco lhe serviu depois de ter sido derrotado em Dortmund por 4-1 – e outra no campeonato inglês quando ele treinou o Manchester United. Se colocarmos os clubes frente a frente, a vantagem retorna para Anfield Road por uma larga margem. Desde 2013, o Spurs só conseguiu vencer o Liverpool uma vez, no início da temporada de 2017, em jogo a contar para o campeonato. Fora isso, são 12 derrotas e quatro empates. A única estatística que vale a pena Mourinho é seu equilíbrio pessoal contra os Reds. Em 29 jogos, ganhou 12, uma na Liga dos Campeões, nove na Premier League e duas na Taça da Liga Inglesa, contra oito derrotas e nove empates. Porém, é importante destacar que nos últimos cinco anos, o português somou apenas duas vitórias frente ao Liverpool, uma quando ainda treinava o Chelsea em 2015, outra quando estava à frente do United em 2018. Além das duas vitórias lá são cinco empates e três derrotas.

    Passando dos números anteriores para hoje, é importante destacar que o Tottenham vive uma sequência invencível de 11 jogos após a derrota na primeira jornada em Everton. É a maior sequência de invencibilidade do clube na competição, já que foram 14 jogos invicto entre 23 de dezembro de 2017 e 7 de abril de 2018. Liverpool, que também somou apenas uma derrota na competição – a goleada inesperada no terreno do Aston Villa (7-2) – e não perdeu um jogo no campeonato inglês em oito encontros.

    Pulando para uma previsão futurista de curto prazo, algumas horas se passam, chega um ponto que talvez seja o que mais desequilibra o duelo. Jürgen Klopp tem uma extensa lista de interrupções devido a lesões – e que Mourinho já desvalorizou – que inclui a grande contratação da temporada Thiago Alcântara, o novo goleador dos Reds, Diogo Jota, e o zagueiro Virgul van Dijk, além de Joe Gomez, James Milner e Shaqiri. O Tottenham, por outro lado, não deve contar com o lateral Erik Lamela, que não é titular do 11º Tottenham.

    Olhando mais para os dois times, o bom momento de forma de Salah já marcou 13 gols nesta temporada (três deles nos últimos três encontros) e a dupla do Spurs estrelada por Harry Kane e Son que, em um excelente início de temporada, juntos, somam para 19 gols e 14 assistências apenas na Premier League.

    E se tudo isto constitui um prefácio interessante para o jogo desta noite, o encontro assume uma dimensão de realismo mágico quando nos deixamos levar pelas teorias de campeão dos adeptos do Tottenham, embaladas pelo início da época. Existem pelo menos dois que merecem ser conhecidos de todos.

    A primeira, segundo torcedores do clube londrino, se baseia no fato de a última FA Cup (FA Cup) ter sido conquistada em 1991, depois que o Tottenham venceu em 1981, 1961, 1921 e 1901, além das únicas duas do clube inglesas títulos de campeão foram conquistados em 1951 e 1961. Ou seja, a mística de um ano terminando em ‘1’ indica que 2021 será sinônimo de troféu – e não há como recriminá-los, afinal Mourinho conseguiu acabar com o do Chelsea cinco décadas rápido para vencer a liga inglesa.

    O segundo é dirigido especificamente a José Mourinho. Segundo as estatísticas, o treinador português sempre que chega à 12ª jornada em posição de campeonato tende a mantê-la até ao fim. Foi o que aconteceu no FC Porto, Chelsea, Real Madrid, Inter de Milão e Manchester United. Há duas exceções à regra que deve manter os torcedores do Spurs em pé, duas temporadas ao serviço dos merengues, quando o Special One alcançou a 12ª rodada na liderança do campeonato e terminou em segundo lugar na mesma posição.

    Bem, no final, todo este texto são apenas estatísticas e suposições, um grande clichê pré-jogo de que Mourinho, com o trabalho que vem fazendo nesta temporada, com um futebol de transição que não engana ninguém que possa suportar a capacidade de Harry Kane de finalizar ou servir Son Heung-min, desenterrado para o Tottenham para mais uma oportunidade de sonhar. A partir das 20h saberemos se tudo é ilusão e Liverpool apresentará sua declaração de princípios na Anfield Road, com base no projeto que Jürgen Klopp desenhou nos últimos 1894 dias, contra os 390 de Mourinho à frente dos Spurs, que conquistaram uma Liga dos Campeões e um campeonato inglês nas últimas duas temporadas; ou se os rumores sobre a nova vida de Mourinho e Tottenham não são exagerados.

    PS A ausência de qualquer menção a Pep Guardiola, eterno rival de José Mourinho e que atualmente, no comando técnico do Manchester City, onde ocupa a sexta posição do campeonato com cinco pontos do Tottenham e do Liverpool com mais uma partida disputada, é com propósito.

    * Temporadas que José Mourinho não completou. A classificação assinalada é aquela com que os portugueses saíram do clube.

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