Quando Licinio Januário Mudando de sua Angola natal para o Brasil no início dos anos 2000, ele concluiu que a produção audiovisual brasileira estava longe de ser diversa. O engenheiro civil então fez uma mudança gradual de carreira com o objetivo de mudar essa realidade e, duas décadas depois, ele está se movendo mais perto de trazer diversidade ao entretenimento com a tecnologia do serviço de black streaming Wolo TV.

Além de empreendedores de tecnologia Leandro Lemos, Januário fundou a Wolo no ano passado como uma empresa totalmente negra com a missão de conectar criadores Latino-Negros com mais de 270 milhões de falantes de português em todo o mundo. O serviço estreou com a série de comédia “Casa da Vó”, que atraiu mais de 17 mil usuários em 27 países desde o seu lançamento, em dezembro de 2020.

A Wolo está sediada longe das principais áreas metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, em Salvador, no nordeste do Brasil. No entanto, a holding que detém a empresa está sediada nos Estados Unidos, com apoiadores, incluindo DIMA, uma empresa de investimento sediada no Catar. Este line-up insere-se na estratégia de internacionalização da empresa, recentemente promovida em parceria com a emissora portuguesa RTP, que adquiriu os direitos da Casa da Vó para a sua emissora RTP África.

Segundo Januário, a USP do Wolo faz parte de um movimento crescente de black streaming de nomes como TrueTV e AfroLaneTV, conta com sua capacidade de atingir um grande grupo de criadores e públicos negros que falam português. “O que nos diferencia é o foco em conectar criadores negros e públicos na América Latina e países lusófonos ao redor do mundo, bem como nosso portfólio de entretenimento negro pop e urbano”, disse o empresário em entrevista ao Forbes.

A Wolo oferece atualmente 70 programas em sua plataforma, cada um fornecido por uma empresa diferente: Além do Brasil, criadores negros da Colômbia, Moçambique, Guiné-Bissau, EUA e África do Sul distribuem conteúdo sobre a empresa. A empresa deve lançar sua segunda série original provisoriamente intitulada Minha House (Minha Casa) em dezembro, seguida por uma série de ação logo depois.

“Nosso objetivo é apresentar e fortalecer toda a cadeia de stakeholders da produção do cinema negro e da TV na América Latina e nos países de língua portuguesa e não só produzirmos nós mesmos, mas também distribuí-los”, enfatiza Januário.

EVOLUÇÃO TÉCNICA

As iniciativas para expandir o alcance global da empresa incluem o lançamento de um aplicativo que roda em smartphones e smart TVs. “Estaremos onde os grandes [streaming platforms] são “, diz Januário. Acrescentou que o Wolo a seguir à sua selecção através do Google para a coorte atual apoiada pelo Black Founders Fund do gigante da web.

Espera-se que o desenvolvimento tecnológico de Wolo como parte da parceria com o Google melhore o produto da startup ao usar dados para aumentar a conscientização do serviço não apenas entre os usuários, mas também entre os anunciantes. Segundo Januário, um dos maiores desafios da startup foi fazer com que as empresas brasileiras vissem o potencial de conversar com o consumidor negro – que, segundo estatísticas oficiais, representa mais de 56% da população.

“As marcas que gastam milhões em publicidade no Brasil desenvolveram um discurso de diversidade, mas apenas para se anunciar em vez de mexer na agulha”, diz Januário. Por outro lado, a empresa vê o surgimento de empresas com compromissos mais sólidos: ele cita a fintech brasileira como exemplo Torna-se um banco, que oferece acesso ao Wolo como parte de seu pacote de serviços de pessoal.

“O sucesso dos negócios dirigidos por empresários negros ajudará e inspirará outros. No entanto, isso depende de um compromisso real das empresas e marcas com o investimento, bem como com a reciclagem e a mudança cultural: o que fazemos é a chave desse processo. “Argumenta o empresário.

Com os novos recursos do produto e um aumento constante na rede de criadores de conteúdo sob o guarda-chuva da Wolo, a empresa fará questão de investir para crescer. “Decidimos impulsionar nossos esforços de tecnologia e, em seguida, levantar capital, principalmente no exterior. Assim como os tomadores de decisão brancos em empresas de mídia e marcas ficam com o dinheiro para si, o mesmo acontece com os fundos mútuos no Brasil ”, diz Januário.

“Os fundos sempre têm uma desculpa para não investir em fundadores negros. Mas no Brasil estamos girando a roda que traz bilhões para as marcas: quem bebe cerveja, seja feliz ou triste, que não parou de trabalhar na Covid para que o “O país poderia continuar, as massas estão e as massas são negras”, insiste, “portanto, não é aconselhável ficar longe das empresas dirigidas por negros”.

A boa notícia é que empresas como a Wolo estão avançando rapidamente em suas ideias com a tecnologia, que Januário diz ser a ferramenta para quebrar paradigmas de um sistema tradicional. “O mundo ainda não reconheceu que o Brasil é negro e que não somos as primeiras empresárias negras aqui, pois as mulheres negras são empresárias que libertam o nosso próprio povo desde o fim da escravidão”, diz a fundadora. “Nosso trabalho é remover as armadilhas de nossos ancestrais e reinventar os mercados para que possamos prosperar.”

By Gabriel Ana

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