Por Catarina Demon
LISBOA (Reuters) – Professores portugueses, ferroviários, policiais e coletores de lixo estão planejando protestos e greves durante uma visita do papa Francisco no próximo mês para forçar o governo a aumentar os salários e melhorar suas condições de trabalho.
Francisco viajará a Lisboa de 2 a 6 de agosto para participar do encontro global de jovens católicos para a Jornada Mundial da Juventude. As autoridades portuguesas esperam cerca de um milhão de participantes.
O papa também celebrará uma missa, visitará o Santuário de Fátima a cerca de 130 quilômetros ao norte de Lisboa e se encontrará com vítimas de abuso sexual clerical.
A Confederação Portuguesa das Forças de Segurança (CFS), que representa um conjunto de forças policiais e guardas prisionais, anunciou esta segunda-feira uma série de protestos durante a primeira semana de agosto.
O CFS anunciou que vai realizar um dos protestos do primeiro dia da visita de Francisco em frente ao Palácio de Belém, onde o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa fará uma cerimónia de boas-vindas.
“Sua Santidade vai apurar como estão a ser tratadas as forças de segurança em Portugal”, disse César Nogueira, secretário de comissão do CFS.
“Nosso país é considerado seguro não por causa de seus líderes, mas pelo uso e abuso de seus profissionais… cujos salários não aumentam há uma década.”
O ministro do Interior, José Luis Carneiro, disse que haverá oficiais suficientes para garantir a segurança nos eventos em torno do papa, para que “a segurança não seja comprometida de forma alguma”.
Os coletores de lixo e varredores de rua de Lisboa também podem entrar em greve durante a visita de Francisco para exigir melhores condições de trabalho, disse o sindicato SNMOT nesta semana, acrescentando que está aberto a negociações para evitar tais ações.
Separadamente, os cobradores e funcionários das bilheterias decidiram na quarta-feira estender uma greve parcial até 6 de agosto, último dia da visita do Papa Francisco. Espera-se que muitos dos jovens católicos cheguem a Lisboa de comboio.
Os professores já anunciaram que vão protestar contra os salários e as condições de trabalho durante a visita do Papa.
(Reportagem de Catarina Demony; Edição de Andrei Khalip e Gareth Jones)