Google quer evitar regulamentação “perversa” no Brasil, diz executivo

SÃO PAULO, 27 Jun (Reuters) – O principal executivo do Google Brasil disse nesta terça-feira que a empresa está promovendo um maior diálogo sobre a regulamentação das plataformas digitais no país em uma tentativa de alterar um projeto de lei que todos estão se mostrando “perverso”.

Quase dois meses atrás, o tribunal superior do país ordenou uma investigação sobre os executivos dos serviços de mensagens sociais Telegram e Google, responsáveis ​​por uma campanha criticando um projeto de lei de regulamentação da internet.

O Projeto de Lei 2630, também conhecido como Lei das Fake News, exigiria que empresas de internet, mecanismos de busca e serviços de mensagens sociais encontrassem e denunciassem material ilegal, com pesadas multas em caso de descumprimento.

Fabio Coelho, vice-presidente do Google Inc e diretor do Google Brasil, disse a repórteres durante um evento que a empresa está em diálogo com as autoridades brasileiras e “não se opõe” à regulamentação das plataformas digitais.

“O Google está sempre em posição de diálogo. O diálogo é sobre melhorar um regulamento para que não seja falsamente bom e se torne perverso para todos”, disse, sugerindo que todos os atores envolvidos no regulamento sejam levados em conta.

O Google é propriedade da Alphabet Inc (GOOGL.O).

Segundo Coelho, a empresa está conversando com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e com o relator da chamada Lei das Fake News — o deputado Orlando Silva, que lidera o processo de cobrança no Congresso — e com o governo federal para finalizar uma regra que “é boa para todos”.

Ele não especificou quais demandas eles fariam ou quais objeções teriam à proposta.

Em abril, o Google divulgou um manifesto assinado pelo diretor de relações governamentais e políticas públicas da empresa, Marcelo Lacerda, contra a aprovação de uma legislação “precipitada”.

No final do mesmo mês, a plataforma exibiu uma mensagem em sua página inicial do mecanismo de busca de que tal projeto de lei poderia “piorar sua internet”. Ele direcionou os usuários para uma postagem no blog com texto assinado por Lacerda, que levantou inúmeras críticas ao projeto.

O projeto ainda precisa ser votado no Congresso.

Reportagem de Patricia Vilas Boas em São Paulo, texto de Carolina Pulice, edição de Matthew Lewis

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By Carlos Jorge

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