RIO DE JANEIRO (AP) – Depois de anos batendo em brasileiros com revelações de suborno e corrupção, a estátua gigante do Cristo Redentor do Rio de Janeiro tenta dar um exemplo moral – lançando seu próprio programa de compliance.

Os administradores da figura de 125 pés com vista para a “Cidade Maravilhosa” anunciaram um programa na terça-feira para tornar a operação do principal destino turístico mais transparente. Quase 2 milhões de pessoas visitaram em 2019, um ano antes da pandemia, e pagaram taxas de entrada relativamente altas.

A filial carioca da empresa internacional de contabilidade KPMG assinou um acordo com a administração do Santuário do Cristo Redentor para garantir que as operações sejam realizadas de maneira adequada.

“Com esta parceria, o Cristo Redentor passa a ser um marco importante na construção de relações éticas e comprometidas com os valores”, disse o Rev. Omar Raposo, Reitor do Santuário, aos pés da estátua.

O programa treinará gerentes para melhor identificar e resolver atividades suspeitas e estabelecer uma linha direta anônima para qualquer pessoa que deseje fazer reclamações ou reclamações.

Enquanto a estátua do Cristo se tornou um símbolo do Brasil para muitas pessoas, o estado do Rio de Janeiro se tornou um símbolo da corrupção brasileira. Todos os governadores eleitos entre 1998 e 2014 foram presos em várias datas por acusações de corrupção ou condenações. Um deles, Sérgio Cabral, foi condenado a mais de 300 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes.

Recentemente, Wilson Witzel, um ex-juiz que venceu a eleição para governador de 2018 com sua plataforma de lei e ordem, foi acusado em abril por supostamente participar de um programa de suborno relacionado a contratos fraudulentos para hospitais de campanha COVID-19. Ele ainda está sob investigação e negou qualquer irregularidade.

O caso fazia parte da Operação Lava Jato, uma força-tarefa anticorrupção que visa a elite política e econômica do país. A investigação encontrou propinas relacionadas a contratos com empresas estatais, especialmente a gigante do petróleo do Rio Petrobras, e para algumas arenas da Copa do Mundo, incluindo a reforma do estádio do Maracanã, no Rio, onde a final foi disputada.

A equipe de promotores, cujo trabalho começou em 2014, foi recentemente dissolvida, mas teve um impacto duradouro nas operações comerciais, disse Guilherme Donegá, um especialista brasileiro em anticorrupção baseado em Washington.

“Muito poucas empresas brasileiras tradicionais tinham programas de compliance”, disse Donegá à Associated Press por telefone. “Com o ‘Lava Jato’, o setor privado brasileiro começou a se preocupar com a questão da corrupção”.

Há espaço para melhorias. O Brasil ficou em 94º lugar entre 180 países no último ranking global da Transparência Internacional sobre percepção de corrupção.

“O nosso Cristo Redentor, tão especial, grande símbolo do nosso país, abre os braços à inovação”, disse o Reitor.

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By Carlos Jorge

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