Enfermeiro e médico de 29 anos que detectou zero paciente serão vacinados pela primeira vez na Itália
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Uma enfermeira italiana de 29 anos e o médico que identificou o primeiro infectado pelo coronavírus na Itália serão os primeiros a receber a vacina no país mais afetado pela doença na Europa, com 71 mil mortos.
Claudia Alivernini foi escolhida para inaugurar a campanha de vacinação na Itália, que começa neste domingo (27). Especialista em doenças infecciosas no hospital Spallanzani de Roma, ela está entre os profissionais de saúde que trabalharam com pacientes idosos quando o país enfrentou o pico da pandemia em março e abril.
Também faz parte da lista das primeiras a receber a vacina Annalisa Malara, 38, médica do serviço de reanimação do hospital Codogno, no norte do país. Em 20 de fevereiro deste ano, detectou o primeiro caso de contaminação por coronavírus na Itália.
Ao atender na UTI do hospital o empresário Mattia Maestri, 38 anos, Malara resolveu quebrar o protocolo e pediu que o paciente fizesse o exame. Foi a atitude do médico que deu o alarme de que o vírus não só havia entrado na Europa, mas já circulava localmente.
Como em vários países da União Européia, que recentemente aprovaram a vacina Pfizer / BioNTech na Itália, a campanha de vacinação começa no domingo. O primeiro lote de imunizantes chegou nesta sexta-feira (25) ao país. Já esta manhã a França recebeu quase mil 20 mil doses do produto.
Nova variante se espalha pela Europa
A campanha de vacinação começa no momento em que vários países anunciam os primeiros casos de uma nova variante do coronavírus, com origem no Reino Unido. A linhagem, chamada de B.1.1.7, pode ser responsável pelo aumento vertiginoso de casos no sul e sudeste da Inglaterra nas últimas semanas. De acordo com estudo da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, divulgado nesta quinta-feira (24), a nova cepa é entre 50% a 74% mais transmissível “do que as formas até agora em circulação.
Na Europa, além do Reino Unido, a nova variante já havia sido identificada na Dinamarca, Holanda, Bélgica e Itália. Na sexta (25), A França anunciou que detectou seu primeiro caso da mutação “britânica”: um francês que mora em Londres e veio visitar a família em Tours, no meio-oeste, neste ano novo. Neste sábado (26), foi a vez da Espanha informar que registrou quatro casos da nova cepa.
Novos bloqueios na Europa
Depois de amenizar algumas restrições durante o Natal, Áustria, Escócia e Irlanda do Norte voltam ao bloqueio no sábado, terceiro bloco desde o início da crise sanitária.
Na Áustria, as medidas vigorarão até pelo menos 24 de janeiro. As autoridades anunciaram que haverá um toque de recolher “o dia todo” e estão prevendo alguma flexibilização a partir de 18 de janeiro para quem fizer o teste do antígeno.
Na Escócia, serão três semanas de bloqueio e na Irlanda do Norte, seis semanas: medidas draconianas que também impõem o fechamento de todo comércio considerado não essencial e a limitação das interações sociais.
Desde 20 de dezembro, habitantes de várias regiões da Inglaterra obedecem a um novo bloqueio para tentar deter a nova variante do coronavírus. Neste sábado, um total de 24 milhões de pessoas, ou 40% da população do Reino Unido, estão em casa.