As eleições do Benfica que trouxeram Luís Filipe Vieira ao sexto mandato bateram todos os recordes. Aliás, e olhando para as projeções que tinham sido apontadas nos últimos dias, esta acabou por ser talvez a maior surpresa num sufrágio que confirmou a bipolarização total que penalizou e muito Rui Gomes da Silva: por mais acreditávamos na força de mobilização das várias Casas do clube espalhadas por Portugal Continental, poucos podiam antever uma pesquisa de quase 40.000 membros (38.102), cerca de 15.500 a mais que o recorde anterior – que também foi o recorde máximo entre os clubes nacionais, na eleição de 2012. Os resultados, estes, podem ser explicados em sete números, que também resumem o maior sufrágio de sempre do Benfica.

Luís Filipe Vieira venceu em todas as categorias de votos incluindo os que tiveram apenas um voto, onde somou 4.900 votos contra 3.464 de Noronha Lopes. Se ainda houve equilíbrio nos cinco votos (11.870-10.290), foi nos membros com 50 votos que a diferença mais se fez sentir (241.050-119.200). Para completar este parâmetro, nos 20 votos a diferença foi de 213.840-128.620. Calculado, Luís Filipe Vieira venceu com 62,59% dos votos, contra 34,71% de Noronha Lopes e 1,64% de Gomes da Silva. Também houve um percentual de mais de 1% de nulos.

Os 24 pontos de votação espalhados por Portugal Continental, bem como o método de votação electrónica para todos os membros nas ilhas e no estrangeiro, tiveram um forte impacto na votação desta noite e a divisão entre categorias de membros mostrou que: apesar de haver uma ténue diferença para os mais Mais de três horas em que o Pavilhão 2 da Luz continuou a receber associados que se encontravam na fila às 22h00, houve mais associados com estatuto de correspondente votante do que associados efetivos (18.506 contra 17.647). Outras notas a este respeito: votaram 130 Casas do Benfica, sete membros por mérito, 103 membros titulares e 217 membros vitalícios.

Os 24 pontos de votação espalhados pelo país foram amplamente exitosos e contribuíram de forma decisiva para a adesão massiva (embora sem eles o recorde seria sempre uma realidade), com um total de 8.748 eleitores, uma conta fácil de fazer ao reduzir os membros que passaram pela Luz. e votou nas ilhas e no exterior. Aí, confirmando a tendência da esmagadora maioria das Casas nos seus 50 votos globais, parte da explicação para uma vitória que não deixou dúvidas por parte de Luís Filipe Vieira.

Ao contrário do que aconteceu na maior parte do dia, os pontos de votação mais próximos de Lisboa acabaram por ser os que mais votos receberam devido à inundação da Luz, o que levou muita gente a fazer uma viagem mais longa para tomar menos tempo – o que não foi sempre uma realidade. De facto, as votações encerraram na Casa do Seixal, quatro horas mais tarde do que o previsto devido à longa fila de espera num espaço que só tinha duas assembleias de voto (e onde, como nos outros casos, tiveram de ser cumpridas as regras da DGS). A Casa do Algueirão-Mem Martins foi a que mais votou, com um total de 1.791, seguida do Montijo (1.558), do Seixal (1.469) e de Santarém (1.187). No resto do país, e por zonas, Braga foi a casa mais representativa do Norte com 960 eleitores, seguindo-se o Porto (926) e Vila Nova de Gaia (798); Leiria (1.107) e Coimbra (1.018) tiveram mais eleitores na zona Centro; Évora teve quase tantos votos como Grândola e Portalegre juntos (730 contra 470 e 313); no Algarve houve mais eleitores em Faro (756) do que em Albufeira (644). Açores e Madeira somam 1.111 eleitores.

Entre a segunda e a terceira hora de votação, os votos registados na Europa representaram 22% do total. Mais: somando o Pavilhão nº 2 da Luz e da Europa, mais da metade dos votos expressos até agora (54%). Depois, ao longo do tempo, este ritmo foi abrandando, mais votos começaram a surgir também da América do Norte e do Sul, e no final 4.322 juntaram-se fora de Portugal, com a seguinte distribuição: 3.708 na Europa, 281 na América do Norte, 171 na África, 89 na Ásia, 43 na América do Sul e 30 na Oceania.

Ao final do dia, e dividindo o total de eleitores por faixa etária, reinava o “predomínio” dos membros com mais de 65 anos, o que mudaria bruscamente com os votos nas últimas horas do sufrágio: 8.569 votaram entre 35 e 44 anos, 7.011 entre 25 e 34 anos e só depois 6.690 maiores de 65 anos. A categoria de 18 a 24, a menos representativa, ainda teve 4.109 eleitores. Com isso, seguiu uma das “previsões” que acabaram não se confirmando: entre os mais velhos e os mais novos, com mais ou menos votos, Vieira sempre ganhava.

Na divisão por género, que também foi apresentada pelos serviços do Benfica ao longo das 18 horas de votação, o género masculino foi sempre o predominante, terminando com um total de 33.585 eleitores, mas o feminino foi crescendo ligeiramente ao longo do dia, de 10% para 11%, de 11% para 13%, de 13% para 16% (4,1517).

By Patricia Joca

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