Quem é o jornalista que expôs o expositor

A jornalista e ex-cônsul francesa no Brasil, Alexandra Baldeh Loras, tornou-se um dos tópicos mais comentados nas redes sociais depois de detonar William Waack durante uma aparição ao vivo na CNN. O tema principal foi protestos contra a violência policial nos EUA após a morte de George Floyd, um homem negro morto por um policial branco dos EUA. Convidada a participar da discussão, Alexandra usou o espaço para criticar a presença de Waack nos repórteres do canal.

Numa entrevista com Twitter, a jornalista reforça sua posição, lembrando que Waack foi demitido do Globo após um episódio de racismo e critica a falta de diversidade na CNN e em outros canais de TV.

Ele é um jornalista extremamente racista. Uma pessoa que maltratou mulheres. Ele tem uma voz importante na mídia e sempre reforça um negro em seu trabalho como bandido, ladrão ou alguém do mal. Uma pessoa que cometeu um erro e nunca se arrependeu. Quem diz que se arrependeu é branco. Uma piada racista continua sendo racismo, e o racismo continua sendo um crime. Ele não foi julgado e agora é contratado como diretor da CNN, um dos canais mais importantes do Brasil.

A assessoria de imprensa da CNN – onde Waack trabalha como apresentador e não como diretor – foi convidada a comentar declarações de imprensa, mas a publicação deste relatório também não comentou. NO artigo publicado na Folha de S.Paulo em 14 de janeiro de 2018, Waack escreveu: “Foi uma piada […], sem a menor intenção racista, ele disse em tom de brincadeira, a certa altura. Desculpe pelo insulto; não era minha intenção ofender ninguém. “O repórter afirmou ainda:“ Toda a minha vida lutei com qualquer tipo de intolerância – racial, inclusive – e minha vida profissional e pessoal é uma prova eloquente disso. “

Alexandra sugere que a CNN e outros canais pensem mais em seus funcionários e se concentrem em formar uma equipe mais diversificada. “A CNN deve analisar quantos negros existem em seus jornalistas. Temos 114 milhões de negros no Brasil. Por que só temos um jornalista negro lá? A CNN é racista, como outras emissoras. Eles devem parar de ter redações brancas e monocromáticas em que você acha que está tudo dentro”. tudo bem ”, ele diz.

Alexandra se tornou uma das principais vozes na luta contra o racismo no Brasil. Ela é autora de livros comemorando a razão racial e também dedica seu tempo a palestras e consultas em empresas sobre diversidade racial e empoderamento das mulheres.

Com sua plataforma Protagonizo, Alexandra ajudou mais de 400 negros a contratar empresas multinacionais. Ela também é embaixadora de programas como o Plano de Menina, um projeto social criado em 2017 que oferece aulas gratuitas de auto-estima, empreendedorismo, liderança, finanças e vida digital para adolescentes da periferia.

Luta contra o racismo

Quando se mudou para o Brasil em 2012, Alexandra esperava encontrar um roteiro muito diferente daquele que conheceu. O mito da democracia e diversidade racial foi quebrado.

O racismo não é nada curvado. Está localizado em todos os cantos do Brasil. Em todos os estratos da sociedade. Em tudo que você consome. Se você for a uma loja de brinquedos e procurar por super-heróis negros nacionais, eles não existem. Em um país que possui a segunda maior população negra do mundo. Se isso não é racismo para você, você faz parte do problema.

Tendo uma posição de destaque como consultora, jornalista e empresária, Alexandra usou a importância de sua voz para tentar promover mudanças.

“Fiquei em silêncio por 38 anos. Aqui no Brasil, por causa desse status, consegui ocupar certos espaços para verbalizar meu desconforto e desejo de mudança. E desde então, os resultados foram mostrados. Posso trazer comigo muitos negros que têm esse espaço”, sugere.

Em vez de me baterem na cabeça ou reclamarem de ocupar espaço com outros negros, eles podem perceber que estou abrindo a porta. Não estou fazendo isso como protagonista principal, mas porque precisamos nos livrar desse vírus do racismo, que é muito mais podre do que o coronavírus.

Violência policial

Os protestos contra a morte de George Floyd levantam a questão no Brasil: como a morte de tantos negros como resultado da violência policial gera o mesmo tipo de reação aqui? Alexandra revela que, segundo a Anistia Internacional, um jovem negro se mata no Brasil a cada 23 minutos. Ele lamenta que a mídia não dê importância igual aos problemas que estão acontecendo aqui.

“Quando vejo a empolgação e o espaço que a mídia brasileira retém para comentar episódios de racismo nos EUA e na Europa, acho que é muito errado. Isso exige muito espaço, mas precisamos conversar sobre o que acontece todos os dias no Brasil”, afirmou. ele: “Na escravidão brasileira e na cultura racista, eles dizem que um bom ladrão é um bandido morto. Até que ponto um bom homem negro é um negro morto? As pessoas já pensam que ele é um bandido, um traficante de drogas. Um homem negro não tem chance de ser inocente. questões. “

A polícia militar, porque a ditadura governa há muitos anos, é muito mais violenta aqui do que nos EUA. A polícia brasileira não está sendo processada pelos crimes que cometeram. Faz parte do narcotráfico e da corrupção. É um instrumento difícil de entender e desmontar. A polícia foi criada no Brasil para seguir em voo e nunca mudou.

A realidade do Brasil

Alexandra acredita que é uma escolha Jair Bolsonaro em 2018, serviu para abrir os olhos de muitos brasileiros sobre a realidade do país.

Olhe para esses 50 milhões de pessoas que votaram [em Bolsonaro] vamos ver que o Brasil não é um lugar muito agradável para samba e futebol. É um país patriarcal, racista e sexista. Essas eleições serviram para verbalizar a verdadeira face do Brasil.

Ele afirma que a escravidão não é o fim. “É apenas diferente. Imagine se os negros tivessem a chance de colocar seus talentos a serviço da economia. Onde vemos os negros? Lá no elevador do shopping com o toque de um botão. Lá no posto de gasolina. Lá no posto de gasolina. Lá no supermercado eles colocam as compras em uma sacola”.

O jornalista também defende que o Brasil pode desenvolver muito e vê a educação como a melhor oportunidade de mudança. “Temos que deixar essas pessoas estudarem e se formarem para ter outras oportunidades de emprego. O Brasil pode se tornar um grande país. Mas ainda vive em escassez cultural, um país imaginado do terceiro mundo, com enorme desigualdade”, lamenta.

By Daiana Juli

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