Depósitos na conta da primeira mulher apoiaram a operação do PF contra Witzel - 26.05.2020. - Poder

O comprovante de pagamento ao escritório da primeira-dama do Rio, Helena Witzel, é uma das evidências que apóiam a solicitação de busca e apreensão na residência oficial do governador do Rio, Wilson Witzel, nesta manhã de terça-feira (26),

Em um pedido de cirurgia na casa do governador e no escritório de sua esposa, o Ministério Público Federal afirma que as evidências do Tribunal Federal mostram uma conexão muito estreita e suspeita entre a primeira-dama e a empresa de Mário Peixoto, o fornecedor do estado.

Peixoto foi preso há dez dias pela polícia federal. A detenção foi realizada como parte de uma investigação sobre a Operação Lava Jato sobre ações durante a administração do ex-governador Sergio Cabral. Mas, de acordo com a PF, a organização criminosa focada na investigação manteve seu papel no recrutamento de emergência com o objetivo de combater a nova pandemia de coronavírus.

A Peixot recebeu posições-chave em Detran, Cedae, Inea (Secretaria Estadual do Meio Ambiente), Loteria, entre outros órgãos da atual administração estadual. A empresa de sua família, Atrio Rio, já assinou US $ 81 milhões em contratos com a gerência de Witzel, a maioria sem licitação. Ele trabalha na terceirização da força de trabalho para o estado.

Durante a campanha eleitoral de 2018, o empresário também contratou o escritório de advocacia Lucas Tristão, cujo sócio Witzel alegou ser sócio. O acordo foi encerrado após o início do novo governo em janeiro de 2019.

A polícia federal nesta terça-feira, aprovada pelo ministro Benedito Gonçalves do STJ (Supremo Tribunal de Justiça), também está mirando um suposto esquema para desviar recursos públicos destinados a combater a pandemia no estado.

A investigação do STJ foi aberta no dia 13, com base em informações dos órgãos de investigação do Rio, e o PGR solicitou um mandado de execução na quarta-feira.

Por decisão do ministro do STJ, Witzel e a primeira-dama, bem como a segunda investigação, devem ouvir a Polícia Federal. A polícia federal apreendeu o telefone e o computador do governador.

Entre os elementos utilizados para o mandado de busca e apreensão, estavam um contrato de serviço e honorários advocatícios do escritório da primeira-dama da DPAD Serviços Diagnósticos, de Mário Peixoto, e comprovante de transferência bancária entre as duas empresas.

Entre as evidências apresentadas, está um e-mail datado de 14 de abril de 2020 no qual Mário Peixoto, da direita, recebe documentos de contadores da empresa relacionados aos pagamentos da esposa do governador.

Sob a ordem de busca e apreensão, o MPF captura evidências da participação ativa do governador em termos de conhecimento e comando de contratos firmados com as empresas investigadas.

As interceptações telefônicas e uma carta assinada pelo governador são indicadas na ordem de busca e apreensão como uma indicação de seu possível envolvimento nas irregularidades.

Em outubro de 2019, a UNIR Saúde – responsável pela administração das UPAs (unidades de emergência) – foi proibida de contratar com o governo após constatar irregularidades na prestação de serviços.

Em março, uma carta assinada pelo governador revogou o decreto, provando, segundo o ministério público, o provável envolvimento do executivo no Rio de Janeiro.

Pesquisas indicam uma transferência de Rs 225.000 feita pelas empresas de Mário Peixoto para o escritório do Secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio, Lucas Tristão.

O ministério público afirma que as evidências reunidas em operações anteriores indicam que uma estrutura hierárquica foi criada no núcleo do poder executivo do Rio, nitidamente separada do governador, o que levou a empregos onde há fortes sinais de fraude.

Os investigadores dizem que Witzel estaria no comando.

Witzela se ressente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que mudou recentemente o topo da polícia federal, gesto que motivou a saída do então ministro da Justiça Sergio Moro. A ação foi iniciada nesta terça-feira no dia seguinte à nomeação do novo supervisor da corporação no Rio, Tácio Muzzi.

A representação da PF no estado está no centro de uma investigação aprovada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga se o presidente pediu para interferir nas investigações da corporação.

A operação é baseada em investigações iniciadas no Rio de Janeiro pela polícia civil, pelo Ministério Público do Estado e pelo Ministério Público Federal. As informações obtidas foram compartilhadas com a Procuradoria do Estado, que está conduzindo uma investigação perante o Supremo Tribunal de Justiça.

Nesta terça-feira, no meio da operação, Witzel disse em nota que não havia cometido nenhuma irregularidade e notou a interferência de Bolsonar na investigação. Como evidência de interferência, ele apontou o fato de que a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) mencionou nesta segunda (25) ação direta da PF contra o governador.

No dia anterior, em entrevista à Rádio Gaúcha, o aliado de Bolsonar Zambelli falou sobre a suposta aquisição de operações contra o governador, que começaria a partir de agora.

“Nós já tivemos algumas operações no PF que deveriam funcionar, mas não foram. Precisamos ter nos próximos meses o que vamos chamar de ‘covidão’ ou não sei qual o nome a dar. Mas já existem alguns governadores sendo investigados pelo PF”. , ele comentou.

Ainda nesta manhã de terça-feira, em meio a buscas por PF no Palácio das Laranjeiras, Bolsonaro felicitou a corporação. Witzel é o oponente político de Bolsonar. A declaração foi publicada on-line por apoiadores do presidente.

“Parabéns à polícia federal, ouvi dizer agora. Parabéns à polícia federal”, disse Bolsonaro ao sair do Palácio da Alvorada, quando questionado sobre uma operação destinada a um suposto esquema para desviar recursos públicos no estado, visando combater o coronavírus.

Nos últimos dias, os advogados de Witzel tentaram copiar para o STJ as investigações aprovadas contra ele pelo tribunal.

Segundo fontes relacionadas ao governador que ouviram na coluna Mônica Bergamo, de Folha, os advogados de defesa foram até o tribunal três vezes para tentar registrar uma petição em possíveis casos. Em vão: eles receberam a resposta de que nada poderia ser acessado.

A idéia era registrar que o próprio governo do Rio já havia investigado esquemas de corrupção envolvendo hospitais de campanha no Rio de Janeiro.

By Daiana Juli

"Typical internet junkie. Entrepreneur. Reader. Web lover. Thinker. Future teen idol. Bacon scholar. Music aficionado."

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *