Cérebro que virou vidro após a erupção do Vesúvio preserva neurônios – Revista Galileu

Amostra de cérebro vitrificada onde pesquisadores italianos identificaram estruturas neuronais preservadas (Foto: © Pier Paolo Petrone / Universidade Federico II de Nápoles, Itália)

Amostra de cérebro vitrificada onde pesquisadores italianos identificaram estruturas neuronais preservadas (Foto: © Pier Paolo Petrone / Universidade Federico II de Nápoles, Itália)

Em janeiro de 2020, um estudo publicado na revista O novo jornal inglês de medicina revelou que o cérebro de uma vítima da erupção ocorrida no Vesúvio, na Itália, em 79 DC, tinha se transformado em vidro. Nesta sexta-feira (2), uma nova pesquisa, publicada na revista científica PLOS ONE, indica que as células cerebrais humanas ainda estão preservadas.

“Nossos resultados mostram que o processo de vitrificação único que ocorreu em Herculano congelou as estruturas neuronais da vítima, mantendo-as intactas hoje”, disse Pier Paolo Petrone, líder do estudo e antropólogo forense da Universidade Federico II de Nápoles, em um comunicado, também em Itália.

Quase 2.000 anos atrás, a erupção do Vesúvio atingiu a antiga cidade de Herculano, perto de Pompeia. Apesar das mortes e destruições, a alta temperatura – que ultrapassava os 500 ° C – fazia com que o cérebro ficasse com material orgânico preservado, até mesmo em forma de vidro.

O cérebro da vítima se transformou em vidro após a erupção do Vesúvio em 79 DC (Foto: New England Journal of Medicine)

O cérebro da vítima se transformou em vidro após a erupção do Vesúvio em 79 DC (Foto: New England Journal of Medicine)

De acordo com portal Ciência Viva, em novas investigações, os cientistas usaram microscopia eletrônica para analisar detalhes do cérebro. Foi lá que observaram minúsculas estruturas esféricas e outras estruturas maiores e tubulares, que se parecem exatamente com neurônios e axônios, “cabos” responsáveis ​​pela condução dos impulsos elétricos. Estruturas esféricas ainda parecem conter membranas celulares, além de filamentos internos e pequenas vesículas, que ajudam a transportar proteínas para a célula.

Os estudiosos também viram que o material é rico em carbono e oxigênio, o que indica que era, na verdade, orgânico. De acordo com Ciência Viva, os pesquisadores também confirmaram que as proteínas identificadas são parte do tecido cerebral humano.

Petrone e seus colegas suspeitam que podem ter descoberto parte da medula espinhal e do cerebelo do homem, uma estrutura do cérebro na base do crânio que está envolvida no movimento e na coordenação.

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