SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil registrou o maior número de mortes e o menor número de nascimentos nos primeiros seis meses do ano desde que os primeiros dados comparáveis foram coletados em 2003, informou quinta-feira a associação nacional dos cartórios.
O Brasil tem o segundo maior número de mortes por COVID-19 no mundo depois dos Estados Unidos, com 323.117 do total de 528.540 mortes pela doença registradas no período de janeiro a junho deste ano, de acordo com o Departamento de Saúde.
Levantamento da Associação Nacional dos Registradores (Arpen-Brasil) constatou que os cartórios do Brasil registraram 956.534 óbitos de janeiro a junho, 67% acima da média histórica e 37% a mais que no primeiro semestre do ano passado.
Os cartórios também registraram 1.325.394 nascidos vivos nos primeiros seis meses do ano, o menor nível desde janeiro-junho desde o início da série em 2003, disse a Arpen-Brasil.
Isso foi 10% menos do que a média histórica, apenas 0,09% menos que no ano passado, mas 8,6% menos do que em 2019 antes da pandemia, disse.
“A diferença entre nascimentos e óbitos, que sempre foi em média 901.594 nascimentos a mais, caiu para apenas 368.860 em 2021, uma queda de 59,1% da média histórica”, disse a Arpen-Brasil em nota.
“Em relação a 2020 a queda foi de 41,4% e em relação a 2019 foi de 55,2%”, acrescentou.
Os nascimentos podem continuar diminuindo, pelo menos no curto prazo, já que o Brasil pediu às mulheres em abril que adiassem a gravidez até que o pior da pandemia passasse, alertando que uma variante descoberta pela primeira vez na cidade de Manaus estava mais grávida do que outros grupos.
(Reportagem de Eduardo Simões; escrita de Jamie McGeever; edição de Aurora Ellis)