Banqueiros suíços vão a julgamento acusados de ajudar amigo de Putin a transferir dinheiro
ZURIQUE, 1 de março (Reuters) – Quatro banqueiros serão julgados em Zurique na próxima semana acusados de ajudar um homem conhecido como “carteira de Vladimir Putin” a depositar milhões de francos suíços na Suíça.
Os quatro homens que trabalhavam no Gazprombank (GZPRI.MM) comparecerão perante o Tribunal Distrital de Zurique em 8 de março por falta de devida diligência nas transações financeiras.
Os réus são acusados de “não exercer a devida diligência para determinar a identidade do beneficiário efetivo” dos fundos, de acordo com a acusação vista pela Reuters.
A mídia suíça disse que o valor envolvido no caso é de cerca de 50 milhões de francos suíços (US$ 53 milhões).
Os homens, que eram funcionários do banco que está encerrando suas operações na Suíça, não podem ser identificados pelas restrições de relatórios da Suíça. Seus advogados não responderam aos pedidos de comentários.
Um porta-voz do Gazprombank disse que não poderia comentar sobre um julgamento em andamento e se referiu à presunção de inocência do acusado.
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De acordo com a acusação, duas contas foram abertas no Gazprombank em 2014 e o beneficiário efetivo Sergei Roldugin, um confidente próximo do presidente russo Vladimir Putin, foi identificado.
Os banqueiros não estavam verificando se Roldugin, um violoncelista e maestro, era o beneficiário efetivo dos ativos, acrescentou ela.
“Na época em que a conta foi aberta, foi relatado que Sergei Roldugin era um amigo próximo do presidente russo Vladimir Putin e padrinho de sua filha”, diz o indiciamento.
Os réus não tentaram esclarecer se Roldugin era o verdadeiro beneficiário efetivo dos ativos ou de onde veio o dinheiro, disse o documento do tribunal.
Os documentos do banco listam apenas a atividade profissional de Roldugin como músico, o que torna sua propriedade e participações acionárias “de forma alguma plausíveis”, segundo os autos do tribunal.
Na Suíça, os bancos são obrigados a recusar ou encerrar relações comerciais se houver dúvidas iniciais quanto à identidade do parceiro contratual.
Ambas as contas foram encerradas em setembro de 2016.
Roldugin já foi alvo de sanções dos EUA depois que a Rússia invadiu a Ucrânia e também foi sancionado na Suíça, cujo governo se referiu a ele como “carteira de Putin” em sua lista de pessoas bloqueadas.
O Ministério Público pede uma pena suspensa de sete meses para cada um dos banqueiros.
(US$ 1 = 0,9382 francos suíços)
reportagem de John Revill e Oliver Hirt; Editado por Alex Richardson
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