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Estamos com uma infodemia e uma pandemia de coronavírus aumentou a importância de combater notícias falsas (Ketut Subiyanto / Pexels)

Do começo coronavírus, você deve ter recebido mensagens em e aí que falaram sobre drogas, curas milagrosas ou que questionaram a seriedade do problema e os números divulgados pelas autoridades de saúde. O fato é que existe outro “vírus” entre nós que está se espalhando muito rapidamente: notícias falsasOrganização Mundial da Saúde (OMS) relações esse fenômeno, chamado de “infodemia”, ou seja, a disseminação em massa de informações falsas, suspeitas, descontextualizadas, tendenciosas ou deturpadas.

É verdade que existem muitos adjetivos que descrevem o problema. Isso ocorre porque, embora não exista uma definição única e precisa do termo “notícias falsas”, há muito tempo percebemos que não se trata apenas de compartilhar notícias puramente falsas.

Aqueles que contribuem para que esse mal possa se desenvolver e se espalhar também desenvolveram seus próprios métodos, criando frequentemente uma linha tênue entre o que é verdadeiro e o que não é – por exemplo, misturando elementos da realidade com outros inventados ou descontextualizados, por exemplo.

Existem vários fatores que dificultam o combate a notícias falsas. Podemos dizer que esse é um problema complexo: envolve milhões de pessoas, aumentando o uso redes sociais como fonte de informação, mas também a ausência de sanções especiais por crimes relacionados ao mundo digital.

Adicionado a esse cenário, está o fato de existir diariamente uma estrutura forte, tecnológica e estrategicamente posicionada para a criação em massa de conteúdo sobre diversos tópicos – como saúde, educação, segurança e política – sem comprometer a verdade ou o interesse público.

Pode parecer assustador, mas, de fato, existem pessoas que dedicam suas vidas a criar mentiras e, ao fazê-lo, a fazer o mal.

A boa notícia é que nunca houve tanta conversa sobre o assunto e, nas últimas semanas, vários eventos contribuíram para colocar essa questão na agenda. Além disso, nunca estivemos melhor preparados para combater notícias falsas e seus efeitos nocivos.

Afinal, por que acreditamos em uma mentira?

O Brasil está enfrentando um verdadeiro paradoxo quando se trata desse tema: ao mesmo tempo, somos o país que mais acredita em mentiras e o país que mais se preocupa com a veracidade das informações, segundo elevação de Ipsos.

O combate às notícias falsas se intensificou no contexto das últimas eleições nacionais, quando as redes sociais e, em particular, o WhatsApp se tornaram a principal ferramenta de controvérsia política, intensificando conflitos e polarização na sociedade – fenômenos que continuam fortes hoje.

E essa contradição entre acreditar em uma mentira e querer a verdade termina com o desafio óbvio colocado por notícias falsas: é um problema complexo e, como Ciência, não está apenas relacionado ao lado racional das pessoas, mas também a suas emoções: argumentos de autoridade, viés de confirmação, pensamento sobre grupos – esses são apenas alguns dos conceitos que podem explicar o processo “não tão lógico” que nos leva a compartilhar notícias falsas.

Além do comportamento individual, existem outras ferramentas que reforçam esse desafio. Estamos falando de estruturas tecnológicas criadas para a troca de informações – bots “maus” – e o uso intensivo de redes sociais, especialmente o WhatsApp. De acordo com um relatório do Instituto Digital News News Reuters de 2019, 58% brasileiros Os entrevistados compartilham informações via mídia social, mensagens ou e-mail.

O desafio é que essas ferramentas não possuem nenhum recurso para verificar informações – ou seja, quem recebe alguns dados precisa acessar outra plataforma online para investigar sua veracidade. Uma tarefa particularmente árdua para um país como o Brasil, onde 20 milhões famílias não têm acesso Internet.

Como podemos ver, nosso país é um cenário particularmente sensível para o crescimento de notícias falsas. Mas podemos ser uma referência positiva, pois iniciativas estão em andamento para enfrentar esse mal. E eles podem se beneficiar do uso – e da inteligência – que a tecnologia traz.

S. Hermann e F. Richter / Pixabay

Agenda atual

Vivemos um momento crucial da edição de notícias falsas. Existem diretrizes como controversas na lei federal Direito notícias falsas, há também uma investigação sobre o assunto no Supremo Tribunal Federal (STF), para não mencionar uma iniciativa recente que visa enfraquecer portais que espalham notícias falsas – economicamente Gigantes adormecidos BR.

Existem também iniciativas da sociedade civil, como Redes sinceras, um projeto educacional de mídia que busca difundir conhecimento e combater a desinformação nas mídias sociais, especialmente com o apoio de influências digitais – um tópico que discuti na semana passada.

A questão está definitivamente na agenda e deve permanecer nos próximos meses. O fato é que essas iniciativas foram muito discutidas e precisamos ter cuidado em seu desenvolvimento, principalmente para garantir que não haja violações das regras. privacidadesegurança de Dados usuários ou liberdade de expressão. Mas eles também são um grande sinal de que o compromisso público de vários atores de compartilhar esse tipo de notícia está se tornando mais fraco.

Mas precisa ir além, agindo de maneira coordenada contra o problema. Para esse fim, tecnologias destrutivas são levadas em consideração: big data, blockchain, aprendizado de máquina, Inteligência artificialTodos eles permitem a análise da intriga de informações que se espalha a cada segundo, e principalmente a verificação e transparência de fontes confiáveis.

E há muitos iniciantes atuando sobre o tema: como Logicamente, do Reino Unido, que trabalha para verificar grandes quantidades de informações de aplicativo para um smartphone ou Factmata que permite a análise de dados para que as empresas possam vincular suas marcas a portais com confiança. A mensagem é: combater o inimigo com tanta destreza apenas com tecnologias muito avançadas e isso nos coloca um passo à frente daqueles que querem nos prejudicar.

O poder está em nossas mãos – ou melhor, em nossos desejos

Vale lembrar: a ação individual é um componente fundamental do sucesso das notícias falsas. Portanto, antes de compartilhar informações sobre as quais você não conhece a fonte e a verdade, pense que isso pode causar enormes danos – inclusive a você mesmo.

As notícias falsas não prosperam sem que as pessoas ajudem no compartilhamento – e cada um de nós tem um papel fundamental a desempenhar para garantir que nos perdemos nessa disputa.

By Carlos Eduardo

"Fã de música. Geek de cerveja. Amante da web. Cai muito. Nerd de café. Viciado em viagens."

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