A nova geração de IA é tão poderosa que seu uso é assustador - 20.07.2020

Você pode ter acompanhado a novela da iniciativa Open AI, um laboratório de inteligência artificial cujos fundadores e patrocinadores têm nomes muito relevantes no universo de startups e inovação, como Elon Musk, Sam Altman (presidente de um dos aceleradores mais famosos do Vale do Silício), Ilya Sutskever Google), Reid Hoffman (cofundador do LinkedIn) e Peter Thiel (cofundador do PayPal).

Digo novela porque quando eles anunciaram que a segunda versão de sua ferramenta preditiva para a transformação da linguagem natural era tão poderosa, e ainda assim tão poderosa, eles tinham medo de abrir a solução completamente (que até então era o padrão da empresa).

Esse tipo de ferramenta pode criar, entre outras coisas, uma avalanche de notícias falsas que é quase impossível de detectar. Como forma de ilustrar o risco, a revista Wired usou essa ferramenta de desenho no ano passado um texto falso ligando Hillary Clinton a George Soros.

A novidade é que, em 28 de maio, os pesquisadores da empresa divulgaram um “artigo” sobre uma nova versão de sua ferramenta, GPT-3; agora em julho, especialistas em todo o mundo usaram a ferramenta, e alguns são intimidados por suas capacidades e capacidades.

Não foi apenas uma atualização, porque a segunda versão, que já era considerada poderosa, continha 1,5 bilhão de parâmetros. Para comparação, a maior versão desse tipo de ferramenta foi anunciada pela Microsoft em maio e possui 17 bilhões de parâmetros. A terceira versão da ferramenta OpenAI possui nada menos que 175 bilhões de parâmetros.

Um assunto como esse é bastante complexo e tem muitos aspectos, mas tentarei explicar em três pontos por que essa ferramenta atraiu tanta atenção.

1. O que é uma ferramenta?

Imagine que você é um professor e diga aos seus alunos: “escreva sobre as maravilhas do Brasil com 3000 palavras até segunda-feira”.

A ferramenta seria, nesse caso, um estudante. Consegue entender texto pequeno e transformá-lo em algo maior. Você escreve duas ou três passagens, e ele a transforma em um livro. Pode ser um falso testemunho sobre um político, pode ser um artigo de jornal ou pode ser o que você quiser.

O criador do jogo, Nick Walton, em 2019, usou uma segunda versão para criar um jogo de RPG no qual o texto da aventura foi escrito ao vivo, em tempo real. O algoritmo criou uma história fictícia inteira, com um complexo sistema mágico e várias teorias. O autor descreveu o procedimento em detalhes blogue (em inglês).

2. O que pode ser feito com a ferramenta?

Seu uso pode criar uma ampla gama de serviços, ferramentas e plataformas. Escrever artigos, livros ou postagens em mídias sociais seria apenas o começo.

A ferramenta pode ser usada para criar assistentes pessoais, jogos e ajudar a traduzir texto, mas não pense em tradução simples.

A engenheira Shreya Shankar usa uma ferramenta para converter texto em fórmulas no LaTeX, uma linguagem que permite inserir fórmulas matemáticas complexas no texto, mas cuja sintaxe é bastante tediosa de usar.

O empresário Francis Jervis mostrou um exercício interessante em sua conta e pediu à ferramenta para escrever o texto como se fosse um advogado. Em um exemplo, diz:

“As pessoas que estou processando são meus donos.”

E a ferramenta representa o texto:

“Os proprietários e inquilinos da propriedade em que o autor mora estão sendo processados ​​de alguma forma.”

Escrever contratos em linguagem coloquial e pedir que eles sejam traduzidos em termos legais pode ter um grande impacto sobre empresas e advogados, mas acredito que o exercício mais interessante seria exatamente o oposto, transformando textos jurídicos em linguagem coloquial para que as pessoas comuns possam entender contratos e outros textos irritantes. como contratos de uso e políticas de privacidade que ordenam todos os aplicativos e plataformas que usamos.

No entanto, seu uso pode ir muito além disso. Identidades falsas ativas podem ser criadas para enganar pessoas ou até autoridades para identificar criminosos.

3. Por que é um transformador?

Tudo é pequeno se olharmos para a ferramenta de maneira diferente.

Quando falamos de sistemas de computador, absolutamente tudo o que ele faz é programado pelo homem. Mas existem alguns gargalos nessa interação.

A inteligência artificial abre muito esse gargalo. Exemplos disso são microfones e câmeras.

Imagine que em um clube você deseja programar um sistema de segurança para ativar um alarme se houver crianças sozinhas na piscina. Até alguns anos atrás, isso não seria possível, porque, embora as câmeras de segurança estejam amplamente disponíveis, o reconhecimento de pessoas e a identificação de suas características (como a avaliação da idade) não seriam possíveis. Hoje, com inteligência artificial, esse tipo de comando já seria viável.

A própria linguagem de programação é um desses gargalos. Para que o software seja programado para fazer o que você deseja, da tarefa mais simples à mais complexa, precisamos aprender a programar (ou contratar um programador) para traduzi-lo em código.

Agora imagine se usarmos a ferramenta OpenAI para traduzir a linguagem natural em código.

Usando o GPT-3, o programador Sharif Shameem criou uma ferramenta de geração de código. Ele insere um “botão para cada cor do arco-íris” e a ferramenta insere o código HTML com CSS pronto. Ele entra “em uma tabela com os países mais ricos do mundo, com colunas com os nomes e o PIB desses países”, e uma tabela é criada com os dados que ele solicitou.

Em outro exemplo, ele digita um “botão que diz” adicione US $ 3 “e um botão que diz” subtraia US $ 5 “, depois mostra minha declaração”, e a ferramenta gera código JavaScript com botões e uma declaração. Cada vez que ele clica nos botões, a declaração muda.

O desenvolvedor Jordan Singer criou uma solução para criar novos designs usando texto.

Ele entra “em um aplicativo que contém uma barra de navegação com um ícone de câmera, o título” Fotos “e um ícone de mensagem. Uma linha do tempo da foto e cada foto que contém um ícone de usuário, uma foto, um ícone de coração e um balão de bate-papo” e pronta, a ferramenta cria a própria interface.

O desenvolvedor Ken Acquah usou para enviar solicitações ao banco de dados.

A empresa ainda não anunciou se deseja abrir uma versão completa da nova versão da ferramenta, mas em pouco tempo já era possível entender que todos os dias a inteligência artificial cumpria suas promessas. Uma coisa que alguns anos atrás ainda será considerada ficção científica.

By Carlos Eduardo

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