A crítica de arte e curadora italiana Lea Vergine morreu nesta terça-feira, aos 84 anos, vítima do covid-19, apenas um dia depois de seu marido, o artista e designer Enzo Mari, noticiou a imprensa italiana.
Lea Vergine estava há vários dias internada no hospital San Raffaele de Milão, onde faleceu a estilista na segunda-feira, considerada uma das mais inovadoras da segunda metade do século XX.
Nascida em Nápoles em 1936, a crítica de arte foi uma figura fundamental que, através de livros e exposições, abriu caminho na Itália para as artes performativas e o olhar feminino, em um ambiente predominantemente masculino.
Lea Vergine mudou-se de Nápoles para Milão no final dos anos 1970, quando, após anos de coabitação considerada “escandalosa”, ela e Enzo Mari decidiram se casar. Eles se conheceram na década de 1960, quando ambos eram casados.
Famosa por seu discurso afiado, elegância, ironia e declarações contundentes, sua presença em exposições marcou 60 anos de história da arte na Itália.
“A arte não é necessária. É supérflua. É algo que precisamos para ser um pouco felizes ou menos infelizes. É um refúgio, uma defesa. Nesse sentido, é como um benzodiazepínico”, disse Lea Vergine em entrevista.