A sonda espacial Osiris-Rex recolheu na quinta-feira uma quantidade de partículas do asteróide Bennu tão grande que o compartimento de armazenamento falhou em fechar completamente e parte da amostra está se perdendo no espaço, anunciou a NASA.

“Uma fração substancial da massa coletada está escapando”, revelou o chefe da missão, Dante Lauretta, em uma teleconferência com a imprensa.

A sonda terá coletado cerca de 400 gramas de fragmentos do corpo celeste, muito mais do que o mínimo de 60 gramas, mas entre cinco e 10 gramas foram vistos fora do braço coletor, formando uma nuvem ao seu redor, devido ao ambiente de microgravidade que o torna os fragmentos se comportam como fluidos.

“Minha grande preocupação é que as partículas estejam escapando, estamos sendo vítimas de nosso próprio sucesso”, admitiu o chefe da missão da Agência Espacial dos EUA.

Por isso, uma operação de medição da massa capturada, que estava marcada para sábado, foi cancelada devido ao risco de dispersar ainda mais fragmentos.

A necessidade urgente agora é reduzir a atividade do dispositivo ao mínimo e prepará-lo o mais rápido possível para o armazenamento das amostras em um recipiente de sonda.

Os fragmentos estão, neste momento, em um compartimento na extremidade do braço coletor da sonda e é o mecanismo de fechamento desse compartimento que é bloqueado por partículas relativamente grandes.

“Achamos que estamos perdendo uma pequena fração dos materiais, mas é mais do que eu gostaria. Estou muito preocupado desde que vi as imagens. A coisa mais prudente a fazer agora é armazená-los o mais cuidadosamente possível para minimizar qualquer perdas futuras “, admitiu. Lauretta quando questionada se Osiris-Rex corre o risco de perder todo o seu ‘tesouro’.

Na quarta-feira, a sonda Osiris-Rex da NASA quebrou e fez voar alguns fragmentos do asteróide Bennu ao tocá-lo com seu braço coletor, o que deu à equipe responsável pelo projeto uma forte indicação de que a operação de coleta de fragmentos do corpo celeste foi bem-sucedida.

Foi a primeira tentativa de tirar amostras de um asteróide levada a cabo pelos Estados Unidos, quatro anos depois de a investigação ter partido da base do Cabo Canaveral e dois anos depois de chegar a Bennu.

O asteróide Bennu é uma ‘cápsula do tempo’ rica em carbono que se acredita conter blocos da formação original do sistema solar há 4,5 bilhões de anos e, como tal, pode ajudar os cientistas a entender melhor as origens da Terra e da vida como a conhecemos .