(Corrige a grafia do Parque Nacional Mapinguari no parágrafo 7)

LABREA, Brasil (Reuters) – Uma densa fumaça se ergueu sobre a floresta amazônica do Brasil enquanto o fogo devastava a floresta tropical abatida e as árvores descartadas espalhavam-se pela terra queimada como fósforos mortos, queimados e pretos.

Uma testemunha da Reuters viu enormes áreas queimadas e desmatadas na quarta e quinta-feira à medida que o arco de desmatamento na cidade fronteiriça de Lábrea, o município com o maior número de incêndios neste ano, penetrava mais profundamente na selva.

De acordo com dados do governo divulgados esta semana, os incêndios na floresta tropical brasileira aumentaram em agosto, com os incêndios bem acima da média histórica pelo terceiro ano consecutivo sob o presidente de direita Jair Bolsonaro.

Esse nível foi atingido pela última vez uma década antes da posse de Bolsonaro. O presidente de direita foi criticado muitas vezes por promover o desenvolvimento da Amazônia e, ao mesmo tempo, trabalhar para enfraquecer a proteção ambiental. Os cientistas temem que a rápida taxa de destruição possa sabotar as tentativas globais de limitar as mudanças climáticas.

O ex-capitão do exército tentou revogar os direitos das terras indígenas – que protegem vastas áreas de floresta tropical – e neutralizou as agências ambientais e transferiu a responsabilidade de fiscalização para os militares, o que não evitou a destruição.

Terras recentemente desmatadas perto de Lábrea, no sul do estado da Amazônia, foram convertidas em pastagens para vacas. Estradas florestais informais ramificam-se na Rodovia Transamazônica, que termina em Lábrea.

Há sinais nas proximidades de que a destruição também está próxima ao Parque Nacional Mapinguari protegido e à Reserva Indígena Caititu.

Os satélites registraram 28.060 incêndios na Amazônia brasileira em agosto, uma redução de 4% em relação ao mesmo mês de 2020, quando os incêndios provavelmente atingiram seu nível mais alto em uma década https://www.reuters.com/article/us-brazil- environment -fires -exclusive-idUSKBN25T349, de acordo com o Inpe, agência nacional de pesquisas espaciais.

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e é considerada um importante baluarte contra as mudanças climáticas devido à enorme quantidade de dióxido de carbono que sua flora absorve e armazena.

O aumento do nível dos incêndios ocorre pela terceira vez consecutiva, apesar da extensa proibição de Bolsonaro de incêndios ao ar livre e ações militares em resposta à destruição.

A Reuters não viu nenhuma evidência de bombeiros do governo ou esforços de fiscalização ambiental em Lábrea.

O Ministério do Meio Ambiente do Brasil não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

(Reportagem de Bruno Kelly em Labrea e Jake Spring em Brasília; edição de Stephen Eisenhammer e David Gregorio)